O TRABALHO ANÁLOGO A ESCRAVIDÃO EM TELA:
A PRODUÇÃO AUDIOVISUAL COMO METODOLOGIA PARA ENSINAR A FILOSOFAR
DOI:
https://doi.org/10.20873/PRODFILOSPalavras-chave:
Ensino de Filosofia, Programa Residência Pedagógica, Formação de Professores, Ensino Médio, Direitos HumanosResumo
O artigo apresenta um estudo sobre questões raciais históricas e sua relação com o trabalho análogo à escravidão, que afeta a vida de milhares de pessoas no Brasil. O projeto desenvolvido durante o Programa Residência Pedagógica manteve o foco na produção audiovisual como metodologia alternativa para ensinar a filosofar, de forma que os professores em formação atuaram com vistas no projeto “Escravo nem pensar”, uma iniciativa da ONG Repórter Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado do Tocantins (SEDUC-TO), a Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo no Tocantins (COENTRAE-TO) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) para abordar o problema do trabalho análogo à escravidão nos dias atuais. Os estudantes do Ensino Médio, por sua vez, foram estimulados a pesquisar e produzir roteiros de vídeos com a temática do trabalho escravo contemporâneo, considerando a categoria trabalho e os principais conceitos a ele relacionados, bem como as formas de exploração e expropriação a que a classe trabalhadora é submetida. A Pesquisa Participante mediou a construção do conhecimento em sala de aula. O trabalho resultou em dois documentários curta-metragem em que se constatou que a utilização de uma metodologia alternativa mediada pelas TDICs, associada a uma metodologia ativa, além de fundamental na formação de professores, pode potencializar o processo de ensino e aprendizagem ao valorizar a autonomia e a consciência crítica dos estudantes. O artigo apresenta uma análise dialética e expõe as contradições do modo de produção capitalista.
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