Um UM VENTO DE MORTE SOPROU NOS SERTÕES NORTE-MINEIROS:
A GRIPE HESPANHOLA NAS PÁGINAS DO JORNAL PÃO DE SANTO ANTÔNIO (DIAMANTINA, 1918)
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2763-9533/2023.2.11Palavras-chave:
Memória e Periodismo, Eventos pandêmicos, Século XXResumo
O artigo vale-se do escrutínio de jornais de circulação nacional e regional com o fim de
confrontar a ausência de estatísticas e informações detalhadas sobre o morticínio causado pela pandemia
gripal de 1918-1920, aqui situada no contexto socioespacial dos sertões do norte de Minas Gerais/Brasil.
A análise das notícias e discursos escritos – supostamente hegemônicos – que buscam denotar a mansidão
da emergência sanitária em território nacional, em contraposição a degradação das condições de saúde e
segurança alimentar das pessoas, como apontadas nos periódicos de circulação regional, nos permitem
uma aproximação com o debate epistêmico de época; com a insegurança e contradição proporcionada
pelo discurso de médicos e autoridades sanitárias; bem como a percepção escatológica de mundo que
desorganiza as relações econômicas e sociais vigentes, o que é visibilizado em diferentes edições dos
semanários locais, na medida em que a “gentil espanholita” avança ceifando vidas pelos recônditos do
interior do estado de Minas Gerais, no início do século XX.