v. 3 n. 01 (2023): História, Imaginário e Falares Amazônicos: A Produção Linguístico-Discursiva e Cultural em Perspectiva Interdisciplinar
O presente dossiê tem como objetivo a publicação de artigos com a temática amazônica, tendo como princípio a interdisciplinaridade e o diálogo teórico-metodológico nas ciências humanas e sociais, envolvendo disciplinas cientificas como a História, a Linguística, a Antropologia, bem como os estudos Culturais, do Imaginário e da Narrativa. Esta iniciativa surge de uma posição epistemológica que procura atravessar as fronteiras disciplinares instaurando e integrando modos e conhecimentos científicos que deem conta de uma compreensão mais holística do fenômeno estudado, sem descuidar da sistematicidade do trabalho científico. Além disso, integra o escopo das discussões e pesquisas realizadas no Iandé – Grupo de Pesquisa em Línguas e Culturas Brasileiras, da Universidade de Varsóvia, um espaço de discussão acadêmica internacional. O grupo pesquisa é vinculado à Faculdade de Línguas Modernas da Universidade de Varsóvia e adota uma abordagem interdisciplinar, realizando estudos dedicados, em particular, à produção linguística e cultural dos povos e comunidades amazônicas e afro-brasileiros.
Gilbert Durand, em sua obra A Imaginação Simbólica (1988) nos chama atenção para uma hermenêutica instauradora, uma postura científica que congrega diferentes perspectivas teóricas acer ca de um determinado fato, resultando numa amplificação e num aprimoramento analítico. Já no que tange a interdisciplinaridade, podemos citar Patrick Charaudeau (2013), quem apresenta um conceito de ‘interdisciplinaridade focalizada’ no fazer científico, como aquele que instaura um estado de espírito no pesquisador nas ciências humanas e sociais que gera tanto o múltiplo pertencimento disciplinar dos fenômenos sociais (interdisciplinaridade) e o rigor de uma disciplina (focalizada).
Busca-se, portanto, com este dossiê, pensar a História Amazônica, a partir das narrativas emergentes nas mais diferentes fontes, nas suas particularidades linguístico-discursivas e no imaginário compartilhado pelos povos e comunidades tradicionais. Ressalta-se que este imaginário é bidimensional, pois mesmo que a cultura se expresse por arquétipos, imagens e símbolos comuns, compartilhados no decorrer do trajeto antropológico (DURAND, 2012), diferenciam-se por nuances históricas, de acordo com as intimações sociais, políticas e econômicas.
Organizadores:
Prof. Dr. Alexandre da Silva Borges (Universidade Federal do Tocantins)
Prof. Ms. Samuel Figueira Cardoso (University of Warsaw) Pol´ônia