MAPEAMENTO LEXICAL DO PORTUGUÊS FALADO NO ESTADO DO AMAPÁ REFERENTE AO CAMPO SEMÂNTICO “HABITAÇÃO”
DOI:
https://doi.org/10.20873/actasemiticaetlingvistica.v30i1.18487Palavras-chave:
Dialetologia, Geolinguística, Léxico, ALAPResumo
Este trabalho tem como objetivo descrever, mapear e analisar a variação lexical do português falado em dez localidades do Estado do Amapá, a partir do campo semântico-lexical habitação. A pesquisa está situada no campo da Dialetologia e da Geolinguística Moderna, encarregada de analisar a variação e o surgimento de novas variedades linguísticas através de cartas que mapeiam as áreas dialetais, considerando os fatores sociais e linguísticos (CARDOSO, 2010). A metodologia desta pesquisa segue os parâmetros adotados pelo projeto Atlas Linguístico do Amapá – ALAP, que considerou 10 pontos de inquérito e a seleção de 40 informantes que responderam ao questionário semântico-lexical (QSL) aplicado in loco. Os dados coletados foram organizados por meio do software de planilhas Excel e, em seguida, foram produzidos os mapas lexicais com apoio do software de designer gráfico Inkscape. Os itens analisados foram: 141 – fuligem, 142 – borralho e 143 – interruptor de luz. Como resultado, obtivemos para o item fuligem as variantes: tisna, fumaça, fuligem, cinza, fumeiro e pretura. Para o item borralho, obtivemos as variantes: cinza, brasa, borralho e carvão. Já para o item interruptor de luz, obtivemos as variantes: interruptor, tomada, disjuntor, benjamim, apagador, receptor, contato, liga-e-desliga e peteco.
Referências
AMARAL, A. O dialeto caipira. São Paulo: HUCITEC; Secretaria de Ciência e tecnologia, 1976 [1920].
CARDOSO, S. A. Geolinguística: tradição e modernidade. São Paulo: Parábola, 2010.
CARDOSO, S. A. M. S. (et al.). Atlas Linguístico do Brasil. Londrina: Eduel, 2014, v. 1.
CHAMBERS, J.K; TRUDGILL, P. La dialectologia. tradução de Camen Morán González. Visor Libros, 1994.
GILLIÉRON, J; EDMONT, E. Atlas Linguistique de la France. 35 fasc. Paris: Honoré Champion, 1902-1910, 1915.
NASCENTES, A. O linguajar carioca. Rio de Janeiro: Organização Simões. 1953.
RAZKY, A.; RIBEIRO, C; SANCHES, R. Atlas Linguístico do Amapá. São Paulo: Labrador, 2017.
RAZKY, A; RIBEIRO, C; SANCHES, R. O projeto Atlas Linguístico do Amapá (ALAP): caminhos percorridos e estágio atual. Alfa, São Paulo, 2017, v. 61, n. 2, p. 303-317.
RIBEIRO, C; SANCHES, R. Atlas Linguístico do Amapá: estudos dialetais e método de pesquisa. Entrepalavras, Fortaleza, v. 3, n° 1, p. 276-286, jan/jul. 2013.
ROMANO, V. Balanço crítico da geolinguística brasileira e a proposição de uma divisão. Entretexto, Londrina, v.13, nº 02, p.203-242, jul./dez. 2013.
SÁ, E. J. de. Geolinguistic studies in Brazil in five phases: From the Viscount of Pedra Branca to the atlases of traditional communities’ speech. Journal of Humanities and Education Development (JHED), v. 2, n. 5, p. 338-349, Sep. - Oct., 2020.
SANCHES, R; RIBEIRO, C. Geolinguística no Amapá: da área urbana à indígena. In: SÁ, E. J. de; OLIVEIRA, M. B. de; SANCHES, R. (Orgs.). Diversidade linguística em comunidades tradicionais. Campinas: Pontes Editores, 2018, p. 193-217.
SANCHES, R. Variação linguística no Português falado no Amapá. Cadernos de Linguística, v. 2, n. 4, e498, 2021.