O Linkedin e os não-linguistas: reflexões a partir de uma visada discursiva

Auteurs-es

  • Viviane Quenzer UFSCar
  • Lígia Mara Boin Menossi de Araujo UFSCar

Résumé

Neste artigo, iremos analisar a construção discursiva do perfil empresarial de uma não linguista que prescreve o uso normativo da língua escrita na rede social Linkedin. Para isso, faremos uma breve apresentação dos estudos sobre Linguística Popular (PAVEAU, 2020) para a classificação dessa não-linguista e sobre Cena da Enunciação (MAINGUENEAU, 2015) para entender de que modo essas práticas linguísticas, aliadas a gramática normativa da língua portuguesa em interface com o digital, constroem teorias espontâneas sobre uma possível língua profissional. Isto porque entendemos que essas práticas linguísticas realizadas por uma não-linguista fazem emergir estratégias específicas sobre a disseminação de um ideal sobre língua e, ao mesmo tempo, revela a construção de uma teoria sobre língua profissional, algo novo diante do que se entende sobre língua em relação às teorias formalizadas no ambiente científico e acadêmico. Desse modo, nossa investigação pretende verificar como essas práticas linguísticas espontâneas (normativistas e intervencionistas) são realizadas por Dalva, uma professora, mentora, empresária e Top Voice 2020, a partir da análise do conteúdo (autoral) descritivo de sua página profissional, na rede social Linkedin, enquanto produção sobre a língua que poderia caracterizá-la como uma linguista popular.

Bibliographies de l'auteur-e

Viviane Quenzer, UFSCar

Bacharela em Linguística pela Universidade Federal de São Carlos, desenvolveu durante a graduação projeto de iniciação científica voltado para o Ensino e Aprendizagem de Língua Portuguesa, Alfabetização e Letramento nos Anos Iniciais. Atualmente, é mestranda do departamento de Letras e Linguística da Universidade Federal de São Carlos e sócia-fundadora de uma empresa na área de comunicação para interfaces conversacionais intitulada Langue.

Lígia Mara Boin Menossi de Araujo, UFSCar

Doutora (2015) e mestre (2011) em Linguística pela UFSCar ambos com apoio da Fapesp, especialista em Linguística de Texto e Ensino pela Unesp - Araraquara (2004) e graduada em Letras pelo Instituto Municipal de Ensino Superior de Catanduva (2002). Realizou estágio de pós-doutorado em Filologia e Língua Portuguesa na USP (2016 - 2018) e em Linguística na UFSCar (2019) com bolsa Capes. Atuou como professora no ensino fundamental II, no ensino médio, no ensino técnico e no ensino superior. É Professora Adjunta do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Carlos e editora de seção da revista Linguasagem - Revista Eletrônica de Popularização Científica em Ciências da Linguagem. É uma das coordenadoras do LEEDIM - Laboratório de Estudos Epistemológicos e Discursividades Multimodais e membro integrante do UPLiP - Unidade de Pesquisa em Linguística Popular. Líder do grupo de pesquisa e também do programa de extensão intitulados: GESTAR: Grupo de estudos, análise e reflexão sobre maternidade e ciência. É embaixadora do Movimento Parents in Science. Dedica-se à pesquisa da análise do discurso da maternidade, da análise do discurso humorístico, da análise do discurso digital e da linguística popular.

Références

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NIEDZIELSKI, Nancy. A.; PRESTON, Dennis. R. Folk Linguistics. Berlin, New York: de Gruyter, 2000.
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PAVEAU, Marie-Anne. Linguística folk: uma introdução. Organizado por Roberto Leiser Baronas, Tamires Cristina Bonani Conti e Julia Lourenço Costa. Araraquara: Letraria, 2020. Disponível em: <https://www.letraria.net/linguistica-folk-uma-introducao/>. Acesso em 5 de maio 2021.
______. Não linguistas fazem linguística? Uma abordagem antieliminativa das ideias populares. Trad: Phellipe Marcel da Silva Esteves In: Revista Policromias, Ano III, Dezembro, 2018. p.21-45. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/policromias/article/viewFile/21267/12729>. Acesso em 5 de maio de 2021.

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Publié-e

2021-11-07

Comment citer

Quenzer, V., & Mara Boin Menossi de Araujo, L. (2021). O Linkedin e os não-linguistas: reflexões a partir de uma visada discursiva. Porto Das Letras, 7(4), 129–140. Consulté à l’adresse https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/12773