O Animal Humano e o Inumano em Meia Pata de Ricardo Dantas
DOI:
https://doi.org/10.20873.24e17Resumen
A presente pesquisa dedica-se a investigar a construção da subjetividade e da alteridade a partir dos personagens Daniel e Meia Pata na interação na mata selvagem de Caracaraí – estado de Roraima – presente no romance Meia Pata (2013) de Ricardo Dantas. Para isso, toca-se no que Jacques Derrida, pensador base para esta análise, manifesta como crítica à relação estabelecida entre animal humano e animal inumano: relação de exploração violenta e dominadora. O que ocorre porque a ideia de animal no Ocidente adota o conceito cartesiano de animal como máquina, sem sentimentos e sem linguagem, possibilitando seu aniquilamento ou utilização indiscriminada de seus corpos. Todavia, na obra analisada por esse artigo, o animal onça manifesta sentimentos e raciocínio estratégico, assim como o animal humano desenvolve instinto de sobrevivência na mata, além de familiaridade com a vida selvagem. Tais acontecimentos aproximam as subjetividades e as colocam numa condição relacional, apontando para o devir sem cálculo de suas identidades.
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