Amantes deliquescidos em Magma, de Olga Savary

Resumo

Este estudo desenvolve reflexões sobre Magma, de Olga Savary. Os poemas do livro, frequentemente, recorrem a elementos da natureza ao construir suas metáforas eróticas. A água é o elemento mais presente nas composições, responsável por diluir concepções hegemônicas do contexto patriarcal, burguês, cartesiano e capitalista. Os poemas subvertem separações dicotômicas como masculino e feminino e humanidade e natureza. Para ler as composições da autora nos valemos de três eixos teóricos: a teoria da lírica, com suporte em Collot (2013) e Paz (1994, 2012), estudos sobre o erotismo, como Lorde (2019) e Bataille (1987), epistemologias feminista e ecofeminista, a exemplo de Grosz (1994, 2000), Irigaray (2017), Kheel (2008), Gaard (2014, 2018) e Alaimo (2016). Esta última corrente teórica contribuiu para as análises tendo em vista que este campo de estudo considera as intersecções entre a dominação da mulher e o domínio sobre a natureza pelo sistema psicológico-ideológico e político-econômico patriarcal (Dimen, 1997). No decorrer das análises nos valemos, ainda, de parte da fortuna crítica, como Soares (1997, 1999) e Coelho (1993), além de entrevistas da autora.