MUSSA RACUA E NAFTAL

VIOLÊNCIA COLONIAL

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Resumo

Neste trabalho propomos analisar dois contos do livro “Ninguém Matou Suhura: estórias que ilustram a História” (2009), de Lília Momplé, voltados ao tema da exploração e violências vividas durante a colonização portuguesa em Moçambique. Com base na abordagem crítica dos estudos pós-coloniais, desenvolveremos uma análise que evidencie os abusos físicos e emocionais presentes nos contos “Caniço” e “Aconteceu em Saua-Saua”. Ambos os contos retratam a vida de personagens que sofreram com os processos de dominação, exploração, trabalho escravo, violência e miséria que permeava espaço das narrativas. E, com base nos argumentos dos críticos dos estudos pós-coloniais de Albert Memmi, Fantz Fanon, Louis Althusser, José Luís Cabaço e Thomas Bonnici, pretendemos evidenciar os impactos do colonialismo sobre os personagens colonizados, a subalternização que estavam destinados, o embate entre colonizado e colonizador, os aparelhos repreensivos de estado, a tensão atmosférica que permeava a vida dos protagonistas e as tentativas de resistência de Mussa Racua. Através dos estudos críticos e da literatura que influencia o meio social, pretendemos desmistificar o processo de colonização portuguesa que, na realidade, foi um processo de extrema violência que deixou grandes marcas na vida dos personagens.

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Publicado

2024-01-11

Como Citar

dos Santos Ramos, E., Sautiro Fernandes, P., & Helení Velasques Gonçalves Ferreira Lima, S. (2024). MUSSA RACUA E NAFTAL: VIOLÊNCIA COLONIAL. Porto Das Letras, 9(3), 267 – 278 . Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/17066

Edição

Seção

Desafios da Educação e da Pesquisa no Contexto da Amazônia Brasileira