MAPEAR O INDIZÍVEL
EXPERIÊNCIAS PARA UMA DISCURSIVIDADE OUTRA DO ESPAÇO
Resumo
O artigo apresenta uma perspectiva de mapeamento, no sentido de uma semiótica do espaço, como possibilidade de forma de escritura discursiva. Se afasta das concepções utilitaristas de mapa que permeiam o discurso pedagógico e literário ultimamente, e se aproxima das concepções de Ingold (2015) e Masschelein (2008), que apresentam uma relação entre mapear e caminhar a partir de uma inspiração benjaminiana. A partir de uma inspiração em exercícios realizados com o próprio Jan Masschelein, apresentamos experiências de mapeamento realizadas e coordenadas por nós em dois diferentes contextos: num curso de formação de professoras em Lima, Peru, e numa disciplina num curso de pós-graduação em Padova, Italia. O artigo mostra como essas experiências encarnam os sentidos presentes nos trabalhos de Ingold e Masschelein e sugere o mapeamento ou a semiótica dos espaços como uma possibilidade de exercício de produção de discurso, atenta mais àquilo que está invisível e menor nos espaços e campos do que àquilo que somos levados a observar pelas forças hegemônicas de visibilização. Propõe enfim a atenção e a presença como sentidos principais de uma postura filosófica e generosa na escrita de mundo e produção de discursos.
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