MAPEAR O INDIZÍVEL

EXPERIÊNCIAS PARA UMA DISCURSIVIDADE OUTRA DO ESPAÇO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873.mied1

Resumo

O artigo apresenta uma perspectiva de mapeamento, no sentido de uma semiótica do espaço, como possibilidade de forma de escritura discursiva. Se afasta das concepções utilitaristas de mapa que permeiam o discurso pedagógico e literário ultimamente, e se aproxima das concepções de Ingold (2015) e Masschelein (2008), que apresentam uma relação entre mapear e caminhar a partir de uma inspiração benjaminiana. A partir de uma inspiração em exercícios realizados com o próprio Jan Masschelein, apresentamos experiências de mapeamento realizadas e coordenadas por nós em dois diferentes contextos: num curso de formação de professoras em Lima, Peru, e numa disciplina num curso de pós-graduação em Padova, Italia. O artigo mostra como essas experiências encarnam os sentidos presentes nos trabalhos de Ingold e Masschelein e sugere o mapeamento ou a semiótica dos espaços como uma possibilidade de exercício de produção de discurso, atenta mais àquilo que está invisível e menor nos espaços e campos do que àquilo que somos levados a observar pelas forças hegemônicas de visibilização. Propõe enfim a atenção e a presença como sentidos principais de uma postura filosófica e generosa na escrita de mundo e produção de discursos.

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Publicado

2023-03-28

Como Citar

Contage, D. G., & Taramona-Trigoso, J. M. (2023). MAPEAR O INDIZÍVEL: EXPERIÊNCIAS PARA UMA DISCURSIVIDADE OUTRA DO ESPAÇO. Porto Das Letras, 9(1), 336–359. https://doi.org/10.20873.mied1