O PRONOME CONOSCO NA FALA DOS PERNAMBUCANOS

UMA ANÁLISE GEOSSOCIOLINGUÍSTICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873-ejs

Resumo

Estudos acerca dos pronomes oblíquos ainda são reduzidos, sobretudo, no que tange à forma como eles se distribuem social e espacialmente nos estados brasileiros, ao passo que discussões acerca dos condicionamentos por meio dos quais ocorre a variação entre nós e a gente parecem ser ordinárias.  Neste artigo, então, prioriza-se a variação do pronome usado para responder à indagação do Questionário Morfossintático 019: ‘se nós dois estamos tomando café e queremos mais uma pessoa na mesa, dizemos que essa pessoa venha tomar café...’ Para tanto, recorreu-se aos estudos de Almeida (1982), Coutinho (1974) e Pinho (2010) que discutiram sincrônica e diacronicamente os pronomes oblíquos tônicos precedidos pela preposição com para que se tivesse o respaldo teórico apropriado ao estudo aqui proposto e, assim, dialogar as perspectivas variacionistas com as questões tipológicas. O corpus de análise partiu das variantes conosco, com nós, com a gente, mais nós, mais a gente e nós três, registradas na carta morfossintática 04 do Atlas Linguístico de Pernambuco (ALiPE), construído por Sá (2013). A partir de um exame à luz das dimensões diatópica e diastrática, foi possível constatar a predominância de variantes inovadoras em detrimento da variante conservadora conosco que obteve um número limitado de ocorrências no estado. 

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Publicado

2022-09-23

Como Citar

Sá, E. (2022). O PRONOME CONOSCO NA FALA DOS PERNAMBUCANOS: UMA ANÁLISE GEOSSOCIOLINGUÍSTICA. Porto Das Letras, 8(2), s22008. https://doi.org/10.20873-ejs

Edição

Seção

SEÇÃO LIVRE