O EU NEGRO FOI SILENCIADO; O OUTRO NEGRO SÓ SABER DIZER SIM

O IMAGINÁRIO PORTUGUÊS EM CALEMA: ROMANCE AFRICANO

Autores

  • Hêmille Raquel Santos Perdigão UFOP

Resumo

O presente trabalho apresenta uma leitura do romance Calema: romance africano com o objetivo de comprovar que a obra se insere: nas ações diretivas do plano português denominado Ação Psicossocial, nas ideias de mística imperial portuguesa e de lusotropicalismo. A partir da leitura da obra, foi identificado que desde o subtítulo, “romance africano”, há um processo de silenciamento dos africanos, visto que o romance é, na verdade, de autoria portuguesa, protagonizado por portugueses e permeado de discursos racistas. A conclusão é que o silenciamento se estende por toda a obra. Na primeira parte, há um eu negro que compõe a identidade da protagonista, mas é eliminado quando ela atinge a fase adulta. Já na segunda parte, há uma projeção do eu negro para o outro negro, representado pelos negros de Angola, os quais são infantis e dizem “sim” repetidamente. Concluiu-se, também, que o romance contribui para a perpetuação de um estereótipo negro baseado no imaginário branco.

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Publicado

2021-06-19

Como Citar

Santos Perdigão, H. R. (2021). O EU NEGRO FOI SILENCIADO; O OUTRO NEGRO SÓ SABER DIZER SIM: O IMAGINÁRIO PORTUGUÊS EM CALEMA: ROMANCE AFRICANO. Porto Das Letras, 7(3), 176–200. Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/11424

Edição

Seção

Literaturas de Língua Portuguesa e de Língua Inglesa, Cultura e Política