“O comércio não pode parar”: discursos e sentidos, em Redenção – PA, durante o lockdown da pandemia de 2020

Discurso e sentidos no posicionamento ideológico de sujeitos econômicos de Redenção acerca do lockdown na pandemia em 2020

Autores

  • José Rodrigues de Carvalho Universidade Federal de Goiás
  • Milton Pereira Lima

DOI:

https://doi.org/10.20873/stmmta2020-10899

Palavras-chave:

Acontecimento. Covid-19. Enunciados. Prevenção. Sujeitos discursivos.

Resumo

Resumo

O presente artigo analisa enunciados discursivos impressos em faixas expostas nas fachadas de lojas e canteiros públicos da cidade de Redenção, Pará, que representam o posicionamento político-ideológico de proprietários comerciais locais diante das medidas preventivas à contaminação pelo coronavírus durante a pandemia nos meses de junho e julho de 2020. Para a realização da análise mobilizamos aportes teóricos-metodológicos da Análise do Discurso e tivemos como corpus para análise os enunciados escritos nas faixas citadas. Os  movimentos de sentidos das medidas enunciativas empresarial constituíram se, por exemplo, no propósito de diálogo e de convencimento da população local para a importância da manutenção do sustento das famílias que as empresas empregam, mas também de defender os interesses econômicos dos sujeitos discursivos e barrar a ação do Estado na sua obrigação de fazer a proteção da população em geral. “Chega de hipocrisia, diretos iguais a todos”, é a materialização de enunciados de parte desses atores sociais pertencentes ao distinto grupo de interesses, constituinte de um âmbito cultural de poder da ideologia liberal burguesa, origem da formação discursiva em que o discurso anti-prevenção teve origem.

Palavras chave: Acontecimento. Covid-19. Enunciados. Prevenção. Sujeitos discursivos.

Biografia do Autor

José Rodrigues de Carvalho, Universidade Federal de Goiás

Mestre em geografia e doutorando em geografia no Instituto de Estudos Sócioambientais  - IESA, Da Universidade Federal de Goiás. Vinculado ao Laboratório de Estudos de Gênero, Étnico-Raciais e Espacialdiades - LaGENTE.

Referências

Austin, Jonh Langshow. Quando fazer é dizer. Tradução Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre, Artes Médicas.
BROWN, Wendy. Nas ruínas do neoliberalismo: ascensão da política antidemocrática no ocidente. São Paulo: Editora Politeia, 2020. 256p.
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p.XXXIII-XXXIV.
CAZARIN, Ercília Ana; RASIA, Gesualda dos Santos. As noções de acontecimento enunciativo e de acontecimento discursivo: um olhar sobre o discurso político. Disponível em:<https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/14432>. Acesso em: 28 de out. 2020.
FERNANDES, Cleudemar Alves. ANÁLISE DO DISCURSO reflexões introdutórias. São Carlos – SP: Editora Claraluz, 2007
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Petrópolis, RJ: Vozes/Lisboa: Centro do Livro Brasileiro. 1972.
LEOPOLDO, Eudes. O mundo, a Amazônia e a região de fronteira no fio da navalha: o Sul e Sudeste do Pará em tempos da pandemia do coronavírus. Espaço e Economia. Revista brasileira de geografia econômica 18 | 2020 ANO IX, número 18. Disponível em: <file:///C:/Users/55949/Downloads/espacoeconomia-13707.pdf> Acesso em: 27 de ago. 2020.
LIMA, Mariana. Por trás dos números da Covid-19. Disponível em: < https://jornalggn.com.br/artigos/a-tempestade-que-se-avizinha-e-a-revolucao-social-do-ze-dirceu-e-a-economia-e-tecnociencia-solidarias-por-renato-dagnino/>. Acesso em: 25 de out. 2020.
LIMA, Milton Pereira. O DISCURSO DOS MISSIONÁRIOS DOMINICANOS SOBRE OS INDÍGENAS DO ARAGUAIA NA REVISTA CAYAPÓS E CARAJÁS. Dissertação (Mestrado em Dinâmica Territorial e Sociedade na Amazônia) – PDTSA, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, 2019.

MENDES, Conrado Moreira; SOUZA, Jocyare; SILVA, Sueli Maria Ramos da. A noção de acontecimento à luz da Análise do Discurso, da Semântica do Acontecimento e da Semiótica Tensiva. Linguagem em (Dis)curso – LemD, Tubarão, SC, v. 20, n. 1, p. 179-195, jan./abr. 2020
MENDES, Luiz Augusto Soares. Medo, pobreza e a vida desigual na cidade em todos os tempos. In: Reflexões geográficas em tempos de pandemia. COUTO, Aiala Colares; Luiz, MENDES Augusto (Orgs.). Ananideua - Pará: Editora Itacaiúnas, 2020.106p.
ORLANDI, ENI P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes Editores, 2015. 98p.
________. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes Editores, 2007.
POSSENTI, Sírio. Os limites do discurso: ensaios sobre o discurso e o sujeito. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. 213p.
PY, Fábio. Pandemia cristofacista. Rio de Janeiro: Editora Recriar, 2020.
ROCHA, Janine Resende LIMITES DO SENTIDO E O PAPEL DO LEITOR NA CONTEMPORANEIDADE. Disponível em:<http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/emtese/article/view/3498>. Acesso em: 28 de out. 2020.
ROMÃO, Juliana. Geledês, 2020. Disponível em: <www.geledes.org.br>. Acesso em: 25 de out. 2020.
SOUZA, Pedro de. Análise do discurso. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2011. 114p.

Publicado

2020-12-24

Como Citar

de Carvalho, J. R., & Pereira Lima, M. . (2020). “O comércio não pode parar”: discursos e sentidos, em Redenção – PA, durante o lockdown da pandemia de 2020: Discurso e sentidos no posicionamento ideológico de sujeitos econômicos de Redenção acerca do lockdown na pandemia em 2020. Espaço E Tempo Midiáticos, 3(2), 11. https://doi.org/10.20873/stmmta2020-10899