​A malversação do reconhecimento no trabalho docente precarizado e intensificado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/2526-1487V3N2P03

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar os paradoxos, os impasses e as (im)possibilidades do reconhecimento no/do trabalho do professor universitário. São apresentadas sínteses de três pesquisas: a primeira analisou trabalho, subjetividade e saúde em uma universidade em expansão; outra abordou o trabalho intensificado do professor em um programa de pós-graduação de excelência; e a terceira estudou o trabalho precarizado do tutor na educação a distância. As análises se articulam em torno dos seguintes eixos: trabalho, sociabilidade e subjetividade; malversação do reconhecimento, sofrimento e adoecimento; intensificação e precarização do trabalho. Conclui-se que a precarização-intensificação do trabalho engendra uma unidade contraditória de prazer-sofrimento na qual o reconhecimento é colocado em suspenso, quando não des-efetivado ou fraudado. Prevalecem o sofrimento e os processos patogênicos tão silenciados quanto insidiosos.

Palavras-chave: trabalho do professor universitário; malversação do reconhecimento; sofrimento e adoecimento; Psicodinâmica do Trabalho.

Biografia do Autor

Eduardo Pinto e Silva, UFSCar

Doutor em Educação pela UNICAMP e Pós-Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ. Professor Associado no Departamento de Educação e no Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSCar.  Integrante da rede de pesquisa Universitas/Br e do Núcleo de Estudos Trabalho, Saúde e Subjetividade (NETSS-UNICAMP).

Fábio Machado Ruza, IFSULDEMINAS

Doutor em Educação pela UFSCar. Auxiliar em Assuntos Educacionais no IFSULDEMINAS. Integrante da rede de pesquisa Universitas/Br e do Núcleo de Estudos Trabalho, Saúde e Subjetividade (NETSS-UNICAMP).

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Publicado

2018-06-12

Como Citar

Silva, E. P. e, & Ruza, F. M. (2018). ​A malversação do reconhecimento no trabalho docente precarizado e intensificado. Trabalho (En)Cena, 3(2), 03–16. https://doi.org/10.20873/2526-1487V3N2P03

Edição

Seção

Artigo de Pesquisa