Conservação pós-colheita da cebolinha em baixa temperatura como sinôni-mo de otimização produtiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v11n2.belfort

Palavras-chave:

Allium schoenoprasum L , hortaliça condimentar , controle ambiental , qualidade

Resumo

A Cebolinha (Allium schoenoprasum) é uma planta condimentar, aromática, folhosa, apreciada em todo o Brasil, com importante papel social, preponderante nos projetos de agricultura familiar. Muito embora sendo uma espécie com elevada cerosidade foliar, propriedade que lhe confere uma certa tolerância à desidratação, colocadas no conservador doméstico, em poucos dias sofre descoloração, comprometendo a qualidade do produto, redundando em consideráveis perdas, sobretudo, para o consumidor. Diante disso, o presente trabalho buscou avaliar a conservação pós-colheita de folhas da cebolinha, submetidas ao acondicionamento em baixa temperatura. Todo o processamento ocorreu no laboratório do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Processamento de Alimentos (NUEPPA) do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Piauí, em Teresina, entre agosto e novembro de 2020. Os tratamentos consistiram das análises de amostras retiradas quinzenalmente até o limite de 75 dias, ficando o tratamento testemunha correspondendo às amostras, recém-colhidas, as quais também foram submetidas às determinações de natureza físico-química. Verificações complementares de natureza sensorial foram realizadas, envolvendo cor, aroma e textura, sendo então considerados atributos de qualidade. A refrigeração favoreceu o prolongamento da vida útil da cebolinha, sem variação nas características físico-químicas testadas, demonstrando que é possível conservá-la em refrigerador à baixa temperatura (-20oC) acondicionada em sacos plásticos por, pelo menos 75 dias, sem comprometimento da qualidade do produto; otimizando o aproveitamento da mão de obra familiar, criando as perspectivas de lançamento de um novo produto no rol dos congelados.

Biografia do Autor

Daniel Aleff Dantas Martins, Empresa Upper Dog Comercial

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal do Piauí, atuando como Coordenador de Produção na Empresa Upper Dog Comercial, no Estado do Maranhão.

Gabriela Almeida de Paula, Universidade Federal do Piauí

Engenheira de Alimentos, MSc em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFC e Dra. em Biotecnologia pela UFC. Profa. Adjunta da UFPI.

Agenor Francisco Rocha Júnior, Universidade Federal do Piauí

Engenheiro Agrônomo pela UFC, MSc. Agricultura Tropical pela UFPI e DR. Produção Vegetal pela UNESP/SP. Chefe da Divisão de Gestão Ambiental da Prefeitura Universitária da Universidade Federal do Piauí.

 

Raimundo Tomaz da Costa Filho, Universidade Federal do Piauí

Engenheiro Florestal pela UFV/MG, MSc. Manejo Florestal UFPR, DR. Produção Vegetal pela UNESP/SP, professor  de Silvicultura e Paisagismo da UFPI.

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JBB - Journal of Biotechnology and Biodiversity (CeMAF / UFT)

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Publicado

01-07-2023

Como Citar

Colombo Belfort, C., Dantas Martins, D. A., Almeida de Paula, G., Rocha Júnior, A. F., & da Costa Filho, R. T. (2023). Conservação pós-colheita da cebolinha em baixa temperatura como sinôni-mo de otimização produtiva. Journal of Biotechnology and Biodiversity, 11(2), 75–81. https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v11n2.belfort