Inflamabilidade de espécies florestais do Cerrado Sensu Stricto e seu potencial para implantação de cortina de segurança
DOI:
https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v8n4.cintraPalabras clave:
inflamabilidade, epirradiador, incêndios florestais, cerradoResumen
Os incêndios florestais podem ser considerados como um dos grandes problemas ambientais atualmente, causando danos em escala local e até global. Ainda são escassos os estudos envolvendo a determinação de inflamabilidade das espécies vegetais bem como o seu potencial para aplicação como cortinas de segurança. As cortinas de segurança consistem em plantios com espécies de menor inflamabilidade em relação ao cultivo principal, que tem como objetivo reduzir e/ou prevenir a propagação do fogo. O estudo da inflamabilidade das principais espécies de uma formação vegetal é essencial e ajuda traçar um perfil do comportamento do fogo, como também estabelecer quais espécies podem ser utilizadas neste método de proteção. Neste sentido, o presente artigo teve como objetivo avaliar as características da inflamabilidade de seis espécies florestais do cerrado no Tocantins: Tartarena (Tachigali aurea Tul.), Veludo Branco (Guettarda viburnoides), Redondinha (Antonia ovata Pohl), Pau de Leite (Himatanthus obovatus) e Pau Pombo (Tapirira obtusa), utilizando a metodologia proposta por Petriccione (2006) e Valette (1992) e sua potencialidade na aplicação como cortinas de segurança. As queimas experimentais foram realizadas em um Epirradiador com potência nominal de 500 W, com uma faixa de temperatura controlada em torno de 600 °C. Foi determinada a umidade (%) de cada espécie e posteriormente procedeu-se a análise de variância (ANOVA) para cada espécie para comparação entre médias e a Análise de correlação de Pearson. A partir das análises foi possível se obter os dados de inflamabilidade das espécies pela determinação da frequência de ignição (FI) o tempo de ignição (TI), o tempo de combustão (TC) e a altura da chama (HC). Em relação às espécies estudadas não foi observada uma correlação significativa entre os dados de umidade e de inflamabilidade. No entanto, são necessários estudos mais aprofundados para analisar a correlação dos dados de inflamabilidade das espécies com as características específicas da planta, tanto fisiológicas e ecológicas. Verificou-se que somente uma das espécies estudadas foi considerada pouco inflamável (Tachigali aurea), se destacando com valores significativamente abaixo que as demais, o que sugere o seu potencial para utilização em cortinas de segurança, sendo que as cinco demais estudadas foram considerados moderadamente ou altamente inflamável.
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