A locução "só que não" dos pontos de vista sintático, semântico, pragmático e discursivo-textual
Resumen
Este trabalho diz respeito à existência de um uso de só que não, que, em sua essência, expressa a ironia do falante com relação a uma proposição imediatamente anterior. A locução tem encontrado lugar até mesmo em grandes jornais, de circulação nacional, o que demonstra sua versatilidade para transitar entre diferentes contextos e adequar-se a diferentes modalidades da língua. Tendo em vista o caráter de só que não, cuja representação, em alguns casos, se faz presente pela mera indicação de suas iniciais, procedemos, com base na caracterização funcional da perífrase conjuncional só que, de Longhin-Thomazi (2003a, 2003b), a uma investigação que descreve nosso objeto de estudo nos aspectos sintático, semântico, pragmático e discursivo-textual. Para tanto, adotamos uma metodologia que considera o uso efetivo da língua, com dados obtidos sincronicamente, e contamos com o WebCorp, que, por oferecer uma série de filtros e contextualizar as ocorrências resgatadas, mostra-se uma ferramenta sobremodo versátil na busca de casos (CAMARGO, 2012, 2014). Desse modo, valemo-nos dos seguintes aspectos: (i) posição da construção, (ii) quebra de expectativas, (iii) veiculação de ironia e (iv) associação a diferentes gêneros textuais. Nesse tocante, nossos achados evidenciam a preferência da expressão pela posposição, já que sua atuação incide sempre sobre a porção textual anterior; a presença inerente tanto da contraexpectativa quanto da ironia; e sua recorrência também em gêneros como coluna, artigo de opinião e editorial principalmente.
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