Riso e decesso em Caligrafias

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20873.24e15

Resumen

O objetivo central deste artigo consiste na análise de três poemas de Marco Polo Guimarães, a saber, “Cantar de amigo”, “Do suicídio” e “O corpo”, integrantes da obra Caligrafias (2003). Procuramos, nesta investigação, identificar como o riso se estabelece nos textos elegidos, que tomam a morte com tonalidades risíveis como se fosse o suspiro do justo. Para tal empreitada, o esforço se vale dos estudos de Albert Camus (2021), das reflexões de Verena Alberti (1995), das ponderações de Wilberth Salgueiro (2020) e de Mikhail Bakhtin (2010). Outros teóricos e críticos são acionados na medida em que os poemas os solicitam. Com esta oportunidade de apreço à poesia, é possível apreender que a voz poética dos versos se apropria do riso com o propósito não apenas de motivar o irrisório, mas também com a intenção de nos fazer elucubrar acerca do inexorável e de problemas sociais sob prismas múltiplos ou pelo meio menos provável de cogitação de tais signos, a morte. 

Biografía del autor/a

Eduardo de Lima Beserra, Universidade Federal de Alagoas

Mestre em Estudos Literários pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura da Universidade Federal de Alagoas (PPGLL-UFAL). E-mail: eduardolimasr@gmail.com.

Susana Souto Silva, Universidade Federal de Alagoas

Professora Doutora Associada da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Alagoas. Também atua no Programa de Pós-Graduação em Linguística e Literatura dessa instituição. E-mail: ssoutos@gmail.com.

Citas

ALBERTI, Verena. O riso, as paixões e as faculdades da alma. Textos de história/ Revista da Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília. Brasília, UnB, v. 3, n. 1, 1995, p. 5-25.

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. 7. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

BERGSON, Henri. O riso: ensaio sobre a significação do cômico. 2. ed. Trad. Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1983.

CALVINO, Italo. As cidades invisíveis. 2. ed. Trad. Diogo Mainardi. São Paulo: Companhia das Letras, 1972.

CAMUS, Albert. O mito de Sísifo. 16. ed. Trad. Ari Roitman e Paulina Watch. Rio de Janeiro: BestBolso, 2021.

GUIMARÃES, Marco Polo. Caligrafias. Recife: Bagaço, 2003.

LISPECTOR, Clarice. Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco: 2020.

SALGUEIRO, Wilberth. Forças e formas: aspectos da poesia brasileira contemporânea (dos anos 70 aos 90). Vitória: EDUFES, 2020.

SLOTERIJK, Peter. Esferas I: Bolhas. 2. ed. Trad. José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Estação Liberdade, 2016.

Publicado

2024-12-15

Cómo citar

Beserra, E. de L., & Silva, S. S. (2024). Riso e decesso em Caligrafias. Porto Das Letras, 10(Especial), 227–239. https://doi.org/10.20873.24e15