A ESCRITA BOPPIANA COMO UM PERCURSO DAS SUAS VIAGENS

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.20873.24204

Abstract

 O presente artigo aborda o percurso do poeta modernista e viajante obstinado Raul Bopp, incluindo a sua atuação tanto no Movimento Antropofágico como o seu empenho na divulgação e edição da Revista de Antropofagia. Para Bopp, a viagem determina a escrita. Ela está aberta para o mundo visto, imaginado, visitado. Fundamentalmente ressalta a especialíssima escrita boppiana, desenvolvida entre e durante viagens, muitas vezes dispersiva, fragmentária, inconstante, outras vezes telegráfica e abreviada como eram as correspondências enviadas aos amigos. Nos textos literários observa-se algo errático, com suas retomadas e repetições, também não abdicando da busca de perfeição, como em Cobra Norato.  Ressalta também o uso de diminutivos como marca de sua formação e marcante propensão do Modernismo para a transformação da linguagem normativa, com suas tendências retóricas classicizantes, em uma linguagem mais descontraída, brincalhona, irônica e lúdica. E ainda evidencia o processo de criação, a diversidade temática, os preparativos para a escrita e o esboçar da trama do seu Cobra Norato, poema fulcral do Modernismo brasileiro. Enfim, escrever em viagem e sobre viagens, fragmentariamente, renova o processo antropofágico de tudo devorar à sua volta, quando se desloca.

 

Literaturhinweise

Professora do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológico de Minas Gerais; doutora em Literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, com doutorado sanduíche na Universidade de Coimbra; atualmente realiza estágio de pós-doutoramento na Universidade do Porto. Autora do livro, O percurso intelectual de Raul Bopp: viagem, escrita e intervenção social (publicado pela Editora Crescente Branco, 2020, em Portugal).

Veröffentlicht

2024-11-20

Zitationsvorschlag

Guimarães Pedras Mourthé, F. (2024). A ESCRITA BOPPIANA COMO UM PERCURSO DAS SUAS VIAGENS. Porto Das Letras, 10(2), 73–101. https://doi.org/10.20873.24204