No fundo da última gaveta da cômoda.

Abstract

O livro No fundo da última gaveta da cômoda, escrito pela artista^[1] Sofia Boito; lançado no ano corrente (2021), pela editora Patuá, é uma imagem que tende ao fidedigno na literatura brasileira contemporânea. Um texto que mescla o conto, o roteiro cinematográfico com ênfase nas descrições das imagens — e a poesia incutida nos espaços preenchidos pela experiência da falta — consegue proporcionar uma experiência imersiva ao leitor.

Esse livro está divido em 5 seções que trazem vários gêneros imbricados, são elas respectivamente: Retratos e 35mm, Instantâneos fotográficos e papéis rasgados, Fotos 3x4, Álbuns de viagens, Um cartão-postal. Além dessas 5 seções que contém diversos escritos, a autora fez uma nota final sem título de nota, mas que corresponde a uma. O texto da orelha é assinado pela Livia Piccolo, editora da Antofágica e YouTuber do canal da mesma editora. 

Em um livro curto de 96 páginas, Boito conduz o leitor ao fundo da gaveta da última cômoda. Mas nesse texto aqui seria ingênua implementar uma visão purista do texto, sem pensar na macro-narrativa que percorre toda a narrativa de todos os escritos. Assim, a presente resenha ressaltará essa narrativa maior e resumirá sistemicamente as seções deste livro, por fim imbricará aos títulos e os contos pensando na condição maior do narrador enquanto ser diegético do texto literário em prosa.

^[1] Digo artista, pois talvez seja esse predicado exigido pelo sujeito complexo que é Sofia Boito, pois, a escrita, a dramaturgia, a performance e a pesquisa são algumas das várias atuações desse ser que se versa, proseia e performa sobre vários lados desse prisma do universo.