ANÁLISE DOS ASPECTOS FONOLÓGICOS, MORFOLÓGICOS E LEXICAIS DOS SINAIS PARA A COR VERDE NA LIBRAS

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar um recorte da dissertação de mestrado de Fischer (2024), com foco nos resultados da análise dos aspectos fonológicos, morfológicos e lexicais dos sinais para a cor verde na libras. Os dados foram coletados a partir do Inventário Nacional do Desenvolvimento Linguístico da Libras (Quadros et al., 2018) e analisados sob os aspectos fonológicos (variação e estabilidade), morfológicos (estrutura e formação) e lexicais (influência ou não do português). Os resultados mostraram variabilidade e estabilidade nos aspectos fonológicos dos sinais para a cor verde. O sinal VERDE, inicializado com a letra "V", mostrou estabilidade em características como orientação da palma, ponto de articulação e movimento, mas variações nas configurações das mãos e nas marcações não manuais. O sinal relacionado à cor do escarro manteve estabilidade em quase todos os aspectos, exceto no movimento da mão dominante. Nos aspectos morfológicos, foi identificado um sinal simples, sem influência do português, associado ao escarro, e sinais compostos, como o sinal que combina a letra "V" inicializada com o movimento da mão não dominante. Nos aspectos lexicais, foram encontrados sinais com e sem influência do português. O sinal sem influência do português, que faz referência ao escarro, é usado em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, enquanto o sinal influenciado pelo português é formado pela inicialização com a letra "V" e pertence à mesma família do sinal CARVÃO, que deu origem a um dos sinais para preto e outras cores, sendo registrado em 12 estados brasileiros.