A HOMOFOBIA E O SUICÍDIO NA OBRA A CONFISSÃO DE LÚCIO E EM NOSSA SOCIEDADE
DOI:
https://doi.org/10.20873.24.%20gifelc.014Resumo
Esta pesquisa possui aspecto bibliográfico e qualitativo, e propõe uma análise da homofobia, da homossexualidade e do suicídio na obra A Confissão de Lúcio (de Mário de Sá-Carneiro) e em nossa sociedade, fundamentando-se nas teorias sobre o dispositivo de sexualidade de Michel Foucault e o suicídio por anomia, de Émile Durkheim. O foco do estudo está na maneira como a homofobia é, metaforicamente, tratada na obra e como a sociedade patriarcal manipula os papéis de gênero para manter o poder. A pesquisa visa explorar como a violência contra homossexuais é uma forma de repressão dos que não se enquadram na heteronormatividade, os marginalizando e consequentemente provocando devastador sofrimento psicológico, que pode acarretar o suicídio. Para ir além, investigamos o caráter autobiográfico da obra e sua relação com a angústia do autor, percebendo a literatura como uma tentativa de catarse para Sá-Carneiro, que tinha consciência da discriminação que sofreria ao viver livremente sua sexualidade, que não se enquadrava nas normas heterossexistas. Ao longo dos estudos, pudemos constatar que os processos que suscitam a homofobia e acarretam o suicídio emergem de como os poderes instituídos condenam a homossexualidade, utilizando de várias justificativas institucionais, sociais, e patológicas, para apontá-la como anormalidade.
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