“Era preciso reinventar a vida, encontrar novos caminhos”: narrativas de resistência em “Duzu-Querença” e “Rose Dusreis”, de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.20873.24.%20gifelc.05Resumo
Diante de um contexto em que ainda somos bombardeadas/os por representações negativas/estereotipadas que tentam fixar a população negra, especialmente as mulheres negras e/ ou racializadas em posições subordinadas e degradantes, a escrita insurgente de mulheres negras bem como a de outros grupos oprimidos e invisibilizados pelo cânone vem se reafirmando um instrumento poderoso para a ressignificação das “diferenças” em nosso país. Neste artigo analisamos as representações de mulheres negras em dois contos da escritora Conceição Evaristo, “Duzu-Querença” e “Rose Dusreis”, de Olhos d´água (2016a) e Insubmissas lágrimas de mulheres (2016b), respectivamente, observando, sobretudo como essas narrativas, ao representarem a tensão entre as múltiplas formas de opressão e as estratégias de resistência empreendidas por meninas e mulheres negras, subvertem as formas consagradas de representação da literatura canônica. A partir desta análise, podemos afirmar que a literatura de autoria feminina e negra tem sido um instrumento fundamental para o fortalecimento da luta feminista e antirracista contra as diferentes e interligadas formas de subordinação e precarização da vida.
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