CONDIÇÕES DIFERENTES, DISCURSOS SEMELHANTES
AS REGULARIDADES NO DISCURSO OFICIAL SOBRE E PARA IMIGRANTES NO OESTE DE SC
DOI:
https://doi.org/10.20873/10.20873-2024-7705Resumo
Este texto analisa efeitos de sentido presentes no discurso institucional para/sobre os imigrantes em um determinado local, Chapecó-SC, em tempos diferentes: no período da colonização da região, em torno da década de 1920, e no tempo presente. O corpus utilizado para construção da análise constitui-se de uma cópia de um contrato de compra e venda de uma área de terras, do ano de 1929, e de um vídeo do prefeito de Chapecó falando aos imigrantes venezuelanos no ano de 2021. Metodologicamente, nos amparamos na análise de discurso brasileira, apresentando nosso gesto de interpretação sobre dois momentos diferentes do processo imigratório na região oeste de Santa Catarina, através da identificação das regularidades presentes nos discursos governamentais para/sobre os imigrantes. A construção da nossa análise discursiva se dá com base nas reflexões de Eni Orlandi (2020) e nas suas fundamentações sobre interpretação. Foram as reflexões de Berger e Berger (2018) sobre o lugar dos imigrantes no estado-nação que despertaram os questionamentos teóricos que orientam as discussões e conclusões aqui apresentadas. Os argumentos que referenciam essa construção textual sobre o que é um imigrante foram amparados em Sayad (1998). As regularidades que centralizam o discurso institucional para/sobre os em Chapecó são: o trabalho e a provisoriedade. Em condições diferentes, imigrantes do início do século XX e imigrantes do tempo presente são acolhidos, desde que trabalhem e cumpram as exigências governamentais. Imigrantes trabalhadores e provisórios, pois caso não atendam aos interesses da governamentalidade perdem suas terras, seus empregos e seus lugares.
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