Vidas Negras, Nossas Vidas

Autores

  • Daniella Corcioli Azevedo Rocha Universidade Federal do Tocantins
  • Wellengton Campos de Araújo Universidade Federal do Tocantins https://orcid.org/0000-0003-3051-4865

DOI:

https://doi.org/10.20873.234sl13

Resumo

Este artigo é parte de uma pesquisa maior, que contou com a publicação de análises e resultados em um momento anterior, e que agora traz o restante das análises e fechamento do assunto, ainda que momentaneamente. Para esta nova empreitada pretendemos continuar nossas análises a respeito do infeliz episódio protagonizado pelo então presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo. Seguindo nossos objetivos, nos dispomos a analisar como a linguagem, nas postagens de internautas que defenderam Camargo, foi utilizada como forma de desqualificação e deslegitimação de movimentos antirracistas e também como forma de manipulação, conversão e cooptação de identidades negras no intuito de que elas pudessem vir a atender aos ideais hegemônicos e tradicionais vigentes. Assim como no estudo anteriormente publicado, as discussões e análises aqui também partiram da concepção de linguagem enquanto ação (AUSTIN, 1990, PINTO, 2012) e foram apoiadas nos conceitos de raça, representação e identidade, de Rajagopalan (2002, 2003), Hall (2006 e 2008), Woodward (2008) e Ferreira (2010), entre outros. Dentre os resultados mais contundentes estão o uso da linguagem na desqualificação e deslegitimação dos movimentos antirracistas a partir da representação dos integrantes desses movimentos enquanto vitimistas, desonestos e oportunistas.

Biografia do Autor

Daniella Corcioli Azevedo Rocha, Universidade Federal do Tocantins

Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2005), mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás - UFG (2008) e doutorado em Estudos Linguísticos pelo ILEEL - Instituto de Letras e Linguística da Universidade Federal de Uberlândia - UFU (2019). É professora Adjunta da Universidade Federal do Tocantins - UFT no Curso de Letras do Campus de Porto Nacional, coordenadora do Programa CECLLA - Centro de Estudos Continuados em Letras, Linguística e Artes, coordenadora do Projeto CECLLA Inovação Pedagógica, CECLLA Relinter - Políticas Linguísticas e Internacionalização e, também, membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE/CPN/UFT). Tem experiências na área de Linguística e Linguística Aplicada, com ênfase nos Estudos Pragmáticos, Identitários e na Formação de Professores de Línguas Estrangeiras. Atua principalmente nos seguintes temas: Ensino e Aprendizagem de Línguas, Formação de Professores, Linguagem, Identidade e Performatividade.  

Wellengton Campos de Araújo, Universidade Federal do Tocantins

Mestrando em Linguística Aplicada pelo PPPLetras na Universidade Federal do Tocantins. Graduando em Letras -Libras pela UFT. Graduado em letras-inglês pela mesma Universidade. Estagiou no projeto do Pacto Nacional pela Educação na Idade Certa (PNAIC), atuando como assessor de informática e divulgação. Foi monitor de língua inglesa no Centro de Estudo Continuados em Letras, Linguística e artes (CECLLA). Membro fundador da Liga Acadêmica de Estudos Linguísticos e Literários (LAELL). Tem experiências na área de letras, pesquisando sobre ensino aprendizagem de língua inglesa mediado por novas tecnologias. Estudos da representação, dialogando identidades e desigualdades de gênero e performance da subjetividade na literatura de língua inglesa com trabalho publicado na revista Porto das Letras. Publicou também a respeito dos materiais didáticos e politicas educacionais na revista Humanidades e Inovações. Recentemente tem trabalhado os Estudos da Pragmática, dialogando identidades negras e suas representações. Atualmente é colaborador no CECLLA.

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Publicado

2024-03-28

Como Citar

Rocha, D. C. A., & Campos de Araújo, W. (2024). Vidas Negras, Nossas Vidas. Porto Das Letras, 9(4), Artigo SL13, p. 1–25. https://doi.org/10.20873.234sl13

Edição

Seção

SEÇÃO LIVRE