Vidas Negras, Nossas Vidas
Resumo
Este artigo é parte de uma pesquisa maior, que contou com a publicação de análises e resultados em um momento anterior, e que agora traz o restante das análises e fechamento do assunto, ainda que momentaneamente. Para esta nova empreitada pretendemos continuar nossas análises a respeito do infeliz episódio protagonizado pelo então presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo. Seguindo nossos objetivos, nos dispomos a analisar como a linguagem, nas postagens de internautas que defenderam Camargo, foi utilizada como forma de desqualificação e deslegitimação de movimentos antirracistas e também como forma de manipulação, conversão e cooptação de identidades negras no intuito de que elas pudessem vir a atender aos ideais hegemônicos e tradicionais vigentes. Assim como no estudo anteriormente publicado, as discussões e análises aqui também partiram da concepção de linguagem enquanto ação (AUSTIN, 1990, PINTO, 2012) e foram apoiadas nos conceitos de raça, representação e identidade, de Rajagopalan (2002, 2003), Hall (2006 e 2008), Woodward (2008) e Ferreira (2010), entre outros. Dentre os resultados mais contundentes estão o uso da linguagem na desqualificação e deslegitimação dos movimentos antirracistas a partir da representação dos integrantes desses movimentos enquanto vitimistas, desonestos e oportunistas.
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