Uma só vida. Resistência biológica, resistência política
DOI:
https://doi.org/10.20873/rpv9n1-01Palabras clave:
Biológico e simbólico, Plasticidade, Clonagem, EpigenéticaResumen
O texto visa explicar uma impossibilidade, um impensável, presente na filosofia contemporânea marcada pela preeminência não crítica da vida simbólica sobre a biológica. Propõe-se uma teoria que transcende a biopolítica e o biopoder, eliminando a oposição entre o biológico e o simbólico. A intenção é desenvolver um conceito de resistência biológica que não seja indiferente à resistência política. O título sugere uma cumplicidade, na forma de alternância, entre ambos, com um objetivo claro: uma conjunção dialética e complexa que nos ajude a compreender o papel da biologia na resistência política e vice-versa. Essa abordagem exige repensar a biologia de maneira que transgrida a normalização e instrumentalização típicas da biopolítica. Não se trata apenas de um problema de discurso disciplinar ou práticas das ciências da vida, mas de uma distinção que as ciências humanas mantiveram entre vida simbólica e biológica, que hoje se mostra insustentável. O texto defende que a biologia contém uma resistência simbólica inerente, onde a vida resiste ao seu polimorfismo e fixação. Entender que o simbólico representa os diversos jogos que a vida joga consigo mesma, sem se fragmentar, permite reconhecer o potencial revolucionário da clonagem, suas técnicas e mecanismos epigenéticos. A epigenética, em especial, resiste à redução política da biologia a um mero veículo de poder. Reduzir esses novos campos à normalização biopolítica nos faz perder uma nova perspectiva: um intercâmbio evolutivo dentro da vida, expondo-a a riscos e novas possibilidades. Assim, o texto afirma que a vida biológica cria sua própria simbolização, sem depender de uma economia simbólica transcendental. Ele argumenta que a resistência simbólica está enraizada na biologia, resistindo ao polimorfismo e à fixação, e que a epigenética revela a complexa relação entre o biológico e o simbólico. Limitar esses campos à normalização biopolítica obscurece a compreensão da vida como um processo contínuo de troca e transformação, repleto de novas possibilidades e riscos
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