POR OUTRAS HISTORIOGRAFIAS, ANTROPOLOGIAS E HISTÓRIAS DA FILOSOFIA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2447-4266.2024v10n1a11pt

Palavras-chave:

Cultura; Religião; Política; Sociedade; Educação; Crime; Judicialização

Resumo

Muito ainda se investiga, estuda, especula e se discute sobre os inúmeros motivos da condenação e morte de Sócrates. Os três ‘grandes crimes’ que o levaram a condenação e morte são apresentados e detalhados por inúmeros autores, após a sua morte, entretanto, as fontes mais próximas e supostamente confiáveis mais especificamente, são as obras Apologia de Platão e as Memoráveis de Xenofonte, ambos discípulos do filósofo, o moscão de Atenas. O presente trabalho se debruça nas exposições das referidas obras dos dois discípulos e tenta fazer o esforço de verificar a questão e relação religiosa, judicial, criminal e política que levaram o mestre e filósofo a morte. Desse modo, percebemos que política, justiça e religião conduziam todo o processo contra Sócrates, bem como sua execução ou morte. A religião e a política estão introduzidas do início ao fim de sua condenação. Talvez instrumentos políticos e de manutenção de poder, domínio e manipulação de massas. Porém, também podemos observar que através dos registros e reflexões sobre ele, registros fornecidos por Xenofonte e Platão, é possível perceber que o processo e condenação contra Sócrates poderia se voltar contra seus acusadores, uma vez que, ao perseguir e atacar o moscão ateniense ‘introduzido na cidade pelos deuses, e com missão específica,’ tais perseguidores e acusadores estariam indo contra os próprios deuses. Ou seja, Xenofonte e Platão nos fornecem elementos para pressupor que ao acusarem Sócrates pelos três crimes, na verdade os próprios acusadores é quem estariam os cometendo desde o início do processo ao fim do mesmo. Com isso, podemos dizer que há uma justiça parcial, bem como a judicialização da política, da religião e da filosofia, e também a manifestação de um fundamentalismo religioso, intolerante e preconceituoso, no qual ataca a quem pensa fora do dogmatismo e “dos muros da cidade.” Através e por meio da revisão da literatura podemos observar Sócrates, uma vítima do fundamentalismo religioso, da intolerância e da judicialização da política, da religião e da filosofia: A condenação da arte de pensar criticamente. Investigações, abordagens, perspectivas e contribuições da e pela Historiografia, Antropologia, Filosofia, Sociologia e Psicanálise: a Historiografia, sua produção e escrita sob o olhar psicanalítico.

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Biografia do Autor

Marcelo Barboza Duarte, Universidade Federal Fluminense

Mestre em Educação, Gestão e Difusão em Biociências pelo Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Especializado em Filosofia pelo Departamento de Pós-Graduação Lato-Sensu da Universidade Gama Filho (UGF); Especializado em Ciências da Religião pelo Departamento de Pós-Graduação da Faculdade Unida; Licenciado em Pedagogia Plena com Habilitação ao Magistério das Disciplinas Pedagógicas do Ensino Fundamental e Médio, Orientação, Supervisão e Administração Educacional pela Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF); Bacharel em Teologia pela Faculdade Unida de Vitória - ES; Licenciado em Filosofia pela Universidade de Taubaté (UNITAU); Licenciado em História e Sociologia pela Universidade Estácio de Sá (UNESA) e Bacharelando em Filosofia pelo Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense (UFF). 

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Publicado

2024-11-30

Como Citar

DUARTE, Marcelo Barboza. POR OUTRAS HISTORIOGRAFIAS, ANTROPOLOGIAS E HISTÓRIAS DA FILOSOFIA. Revista Observatório , [S. l.], v. 10, n. 1, p. a11, 2024. DOI: 10.20873/uft.2447-4266.2024v10n1a11pt. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/16050. Acesso em: 1 abr. 2025.