NÃO PRECISAVA SER ASSIM
A CONFIGURAÇÃO DO ASSÉDIO MORAL NAS RELAÇÕES DE TRABALHO NO CONTEXTO DE UMA INSTITUIÇÃO JUDICIÁRIA DO SUL DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.20873/2526-1487e022001Palavras-chave:
Assédio não Sexual; Estresse Ocupacional; Estresse Psicológico; Poder Judiciário; Violência no TrabalhoResumo
Esta pesquisa investiga as relações de trabalho no âmbito de uma instituição judiciária do sul
do Brasil, com o objetivo de analisar como se configuram as relações de assédio moral nesse contexto. Caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa que toma os pressupostos da Psicodinâmica do Trabalho como marco teórico e metodológico. Nesse estudo foram entrevistados servidores do judiciário ao sul do país, utilizando-se um roteiro de entrevistas semiestruturado. O método Bola de Neve foi empregado para escolha dos entrevistados. Observou-se que o assédio moral interpessoal e o assédio moral organizacional permeiam as relações de trabalho. E que a produção de sofrimento psíquico desencadeada pelo assédio moral está associada à pressão por desempenho, à sobrecarga, à competitividade, à centralização das decisões, à rigidez hierárquica e à falta de reconhecimento no trabalho, fatores esses atravessados pelo medo nas relações muito duras da organização do trabalho.
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