DA GUERRA JUSTA AO IMPÉRIO CRISTÃO: JUAN GINÉS DE SEPÚLVEDA, BARTOLOMÉ DE LAS CASAS E A TEOLOGIA POLÍTICA
DOI :
https://doi.org/10.20873/uft.2763-9533/2021.1.3Mots-clés :
Guerra Justa, Controvérsia de Valladolid, Teologia PolíticaRésumé
No século XVI, o processo de conquista levou os espanhóis a se consolidarem como os primeiros europeus a ocuparem a América. O período entre 1535 e 1551, ou seja, da instituição do primeiro vice-rei da Nova Espanha, Antonio de Mendoza, até a chamada “controvérsia de Valladolid” compreende uma série de episódios que demonstram a disputa interna entre articuladores de projetos políticos distintos dentro da Corte Hispânica. Neste sentido, temos como objetivo propor uma nova forma de re-inserir o debate sobre a “guerra justa” em Bartolomé de Las Casas e em Juan Ginés de Sepúlveda dentro de uma problemática contextual própria desse período, que é a da mundialização do conceito cristão de império – e o papel que certas categorias políticas e religiosas teriam nesse processo. Para isso, nossa proposta consiste em realizar a análise histórico-religiosa da categoria de “guerra justa” no debate de Valladolid, a partir de dois referenciais teóricos: a problemática da “teologia política” e as classificações propostas por Merio Scattola (2009) para o tema no século XVI, e a análise comparativa e diferencial proposta por Nicola Gasbarro (2006, 2011, 2014) para o problema histórico do encontro cultural, desenvolvida também por Cristina Pompa (2006) e Adone Agnolin (2013, 2014, 2015, 2017).