AS EXPERIÊNCIAS IDENTITÁRIAS E TERRITORIAIS DOS AFRO-BRASILEIROS NOS QUILOMBOS RURAIS E URBANOS DE MINAS GERAIS
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2763-9533/2021.1.5Keywords:
Quilombos mineiros; Identidades e territórios Negros.Abstract
O artigo que apresentamos para a temática “Classes, identidades e territórios: questões e debates” é parte dos resultados obtidos em nossa pesquisa de doutorado do Programa de Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Trata-se, das análises dos modos organizativos do Movimento Social Negro Brasileiro a partir de sua luta histórica pela preservação das identidades, territorialidade e direitos coletivos dos afro-descendentes no Brasil. No âmbito de nosso trabalho, contextualizamos os processos de formação dos quilombos rurais e quilombos urbanos no estado de Minas Gerais, que se formaram ainda no período colonial como uma autodefesa e ofensiva dos escravizados contra o regime de opressão do cativeiro e pela liberdade que, consequentemente, tornou-se uma escola de formação política e estratégica nos processos de ocupações de áreas não povoadas após a abolição formando o que hoje denominamos como “territórios negros”. Nas cidades mineiras os “territórios negros” são parte de uma continuidade de tradição de luta do Movimento Social Negro Brasileiro nos processos de formar comunidades quilombolas, sejam eles rurais ou urbanos. Contudo, como em todo Brasil contemporâneo, no estado de Minas Gerais, as terras no meio rural e os territórios negros no meio urbano, juntamente com sua história, estão ameaçadas e muitos pedidos de autodeclaração para titulação ainda tramitam na justiça sem solução.