Capacidade de enraizamento de estacas semilenhosas e lenhosas de híbridos de videira
DOI:
https://doi.org/10.20873/jbb.uft.cemaf.v12n1.17872Palavras-chave:
Vitis rotundifolia , Vitis labrusca , muscadínea, estaquiaResumo
Este estudo teve por objetivo analisar o potencial natural de enraizamento de híbridos de videira com uso de estaquia lenhosa e semilenhosa. Os genótipos avaliados foram híbridos de videira oriundos do cruzamento entre cultivares das espécies Vitis labrusca e Vitis rotundifolia, os porta-enxertos ‘Paulsen 1103’, ‘IAC 766’ e ‘VR043-43’, e a cultivar Magnolia da espécie V. rotundifolia. Os ramos utilizados para os experimentos foram coletados no Setor de Fruticultura da Estação Experimental do Canguiri da UFPR em Pinhais-PR. As estacas lenhosas foram preparadas com 30 cm de comprimento e as estacas semilenhosas com 6 cm de comprimento e uma folha inteira na parte superior da estaca. As estacas não receberam indutores de enraizamento. Na estaquia lenhosa os híbridos IBRE421 e IBBT481 apresentaram as maiores porcentagem de estacas enraizadas (23,3%). Os demais híbridos apresentaram taxas muito baixas ou nulas de enraizamento e elevadas taxas de estacas mortas, revelando que os híbridos entre V. labrusca e V. rotundifolia possuem grande dificuldade para a formação de raízes em estacas lenhosas. Com estacas semilenhosas, o enraizamento dos híbridos foi melhor, variando entre 42,5 a 60%, semelhante aos porta-enxertos ‘Paulsen 1103’ e ‘VR043-43’. O porta-enxerto ‘IAC 766’ apresentou a maior porcentagem de estacas enraizadas (97,5%). Os híbridos de videira, originados do cruzamento entre V. labrusca e V. rotundifolia, apresentam grande dificuldade de enraizamento por estacas lenhosas. A estaquia semilenhosa permite a propagação dos híbridos e porta-enxertos de videira.
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