EDUCAÇÃO E ARTE APINAYÉ COMO POSSIBILIDADE PARA UMA ESTÉTICA DECOLONIAL
Um estudo na perspectiva da mediação (inter)cultural
Resumo
O ser humano é o único vivente que precisa da educação, pois somente assim sua humanidade se efetivará. A arte favorece essa transposição, pois se apresenta mesmo como a única forma de se eternizar a presença do homem na terra. Historicamente, educação e arte se confraternizaram num cenário dividido, quando o homem branco, habitante da polis impôs suas formas de ser e de viver, disseminando sua cultura a partir de critérios muito pontuais. As pessoas que não atendessem aos pré-requisitos estabelecidos eram excluídas. É a estética da invisibilidade, imposta aos escravos e àqueles que viviam no campo. São, pois, os nossos indígenas atualmente, vitimados pelo colonizador. Nosso objetivo aqui é apresentar a Educação e a Arte Apinayé como possibilidade para uma estética decolonial, na perspectiva da mediação (Inter)cultural e dos estudos culturais. Os procedimentos metodológicos foram: pesquisa interdisciplinar (Vasconcelo, 2009; Fazendo, 2008); pesquisa qualitativa e bibliográfica (Severino, 2001; Gil, 2002; Almeida et all, 2017; Miranda e Silva, 2019), e pesquisa internetnográfica (Almeida et all, 2017a; Kozinets, 2014). Termos como Educação Indígena, os Apinayé, Estética Decolonial, Decolonialidade e Mediação (Inter)cultural foram estudados com rigor, e, não obstante, assumem lugar de destaque nos discursos atuais. A Estética decolonial é revelada a partir dos estudos de Walter Mignolo. A decolonialidade originou-se no início do sistema-moderno-colonial que organiza diferenças e desigualdades entre povos, partindo da dupla configuração, raça-etnia. A mediação (Inter)cultural favorece esse diálogo, fomentando conhecimentos e competências socioculturais para intervir em grupos, organizações e instituições no âmbito da inteculturalidade e do pluralismo cultural, efetivando ações educativas em prol da igualdade e do respeito à diversidade. É, pois, uma educação que promove atitudes, comportamentos e intercâmbios sociais, rejeitando toda e qualquer forma de discriminação e implementando relações positivas entre as culturas. Os indígenas, notadamente os Apinayé, a educação e a arte em suas aldeias forneceram os subsídios necessários para a realização do trabalho, favorecendo a emergência de uma estética decolonial, no âmbito da mediação (Inter)cultural.