EDUCAÇÃO E ARTE APINAYÉ COMO POSSIBILIDADE PARA UMA ESTÉTICA DECOLONIAL

Um estudo na perspectiva da mediação (inter)cultural

Autores

  • Simara de Sousa Muniz Universidade Federal do Tocantins UFT / Universidade Estadual do estado do Tocantins-UNITINS
  • Francisco Edviges Albuquerque Universidade Federal do Tocantins
  • Severina Alves de Almeida Universidade Federal do Tocantins UFT / Faculdade de Ciências do Tocantins-FACIT

Resumo

O ser humano é o único vivente que precisa da educação, pois somente assim sua humanidade se efetivará. A arte favorece essa transposição, pois se apresenta mesmo como a única forma de se eternizar a presença do homem na terra. Historicamente, educação e arte se confraternizaram num cenário dividido, quando o homem branco, habitante da polis impôs suas formas de ser e de viver, disseminando sua cultura a partir de critérios muito pontuais. As pessoas que não atendessem aos pré-requisitos estabelecidos eram excluídas. É a estética da invisibilidade, imposta aos escravos e àqueles que viviam no campo. São, pois, os nossos indígenas atualmente, vitimados pelo colonizador. Nosso objetivo aqui é apresentar a Educação e a Arte Apinayé como possibilidade para uma estética decolonial, na perspectiva da mediação (Inter)cultural e dos estudos culturais. Os procedimentos metodológicos foram: pesquisa interdisciplinar (Vasconcelo, 2009; Fazendo, 2008); pesquisa qualitativa e bibliográfica (Severino, 2001; Gil, 2002; Almeida et all, 2017; Miranda e Silva, 2019), e pesquisa internetnográfica (Almeida et all, 2017a; Kozinets, 2014). Termos como Educação Indígena, os Apinayé, Estética Decolonial, Decolonialidade e Mediação (Inter)cultural foram estudados com rigor, e, não obstante, assumem lugar de destaque nos discursos atuais. A Estética decolonial é revelada a partir dos estudos de Walter Mignolo. A decolonialidade originou-se no início do sistema-moderno-colonial que organiza diferenças e desigualdades entre povos, partindo da dupla configuração, raça-etnia. A mediação (Inter)cultural favorece esse diálogo, fomentando conhecimentos e competências socioculturais para intervir em grupos, organizações e instituições no âmbito da inteculturalidade e do pluralismo cultural, efetivando ações educativas em prol da igualdade e do respeito à diversidade. É, pois, uma educação que promove atitudes, comportamentos e intercâmbios sociais, rejeitando toda e qualquer forma de discriminação e implementando relações positivas entre as culturas. Os indígenas, notadamente os Apinayé, a educação e a arte em suas aldeias forneceram os subsídios necessários para a realização do trabalho, favorecendo a emergência de uma estética decolonial, no âmbito da mediação (Inter)cultural.

Biografia do Autor

Simara de Sousa Muniz, Universidade Federal do Tocantins UFT / Universidade Estadual do estado do Tocantins-UNITINS

 Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Letras: Ensino de Língua e Literatura – PPGL da Universidade Federal do Tocantins, campus de Araguaina-TO. Mestre em Letras: Ensino de Língua e Literatura – UFT (2017). Pedagoga pela Faculdade Educacional da Lapa (2014). Professora da Universidade Estadual do Tocantins-Unitins.

Francisco Edviges Albuquerque, Universidade Federal do Tocantins

 Doutor em Letras pela Universidade Federal Fluminense. Professor Associado Nível I da UFT, campus de Araguaína-TO. Coord. do Observatório da Educação-UFT. Coord. do Laboratório de Línguas Indígenas - LALI/UFT. Coord. do Núcleo de Estudos e Pesquisas com Povos Indígenas – NEPPI. Professor do Programa de Pós-Graduação em Letras-PPGL e do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território- PPGCult-UFT. E-mail: fedviges@uol.com.br.

Severina Alves de Almeida, Universidade Federal do Tocantins UFT / Faculdade de Ciências do Tocantins-FACIT

 Pós-doutoranda na Universidade Federal do Tocantins-UFT pelo Programa de Pós-graduação em Letras: Ensino de Língua e de Literatura PPGL (2019). Doutora em Linguística pela UnB (2015). Pedagoga pela UFT (2009). É Professora Titular da Faculdade de Ciências do Tocantins-FACIT desde 2016. Editora Chefe da Revista Facit Business and Technology Journal, indexada com Qualis B1.

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Publicado

2021-03-19

Como Citar

de Sousa Muniz, S., Edviges Albuquerque, F., & Alves de Almeida, S. (2021). EDUCAÇÃO E ARTE APINAYÉ COMO POSSIBILIDADE PARA UMA ESTÉTICA DECOLONIAL: Um estudo na perspectiva da mediação (inter)cultural. Teatro: Criação E Construção De Conhecimento, 8(1 e 2), 141–161. Recuperado de https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/teatro3c/article/view/11782