Ser contra colonial na formação superior indígena ou a formação superior indígena ser contra colonial?

Autores

Palavras-chave:

Formação superior indígena. Contra colonial

Resumo

Nesse ensaio discuto sobre algumas possíveis implicações contra coloniais na formação superior indígena. Tem como pano de fundo a reflexão sobre a experiência de como um docente ‘branco’ pode se situar nesse contexto. O ponto de partida são vivências como docente no bacharelado em Gestão Territorial Indígena (GTI), da Universidade Federal de Roraima (UFRR), debatidas entre os autores, com suporte de uma bibliografia contra colonial. Entendendo a formação superior indígena como um lugar de fronteira, situada junto ao front de uma ‘guerra contra colonial’. Diante disso, os sujeitos envolvidos precisam se posicionar, sendo um desafio extra quando eles não são indígenas. Na ‘proposição cosmopolítica’ de Isabelle Stengers e na possibilidade de nos articularmos numa ‘agenda de pesquisa indígena’ de Linda Smith,encontro alguns apontamentos que podem ajudar nessa direção.

Biografia do Autor

Daniel Bampi Rosar, Insikiran/ Universidade Federal de Roraima - UFRR

Doutorando no PPG Educação: Conhecimento e Inclusão Social, Faculdade de Educação/UFMG. Professor do curso de bacharelado em Gestão Territorial Indígena do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena na UFRR, Boa Vista, Roraima, Brasil. Av. Capitão Ene Garcez, 2413, Insikiran, Aeroporto, Boa Vista, Roraima, Brasil, CEP 69.310-000. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-4893-9952. Lattes:http://lattes.cnpq.br/1672661466283048. E-mail: dbampirosar@hotmail.com.

Ana Maria R. Gomes, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutora pela Universidade de Bolonha, Itália. Professora Titular da Faculdade de Educação da UFMG, bolsista PQ/CNPq, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Av. Antônio Carlos, 6627, Faculdade de Educação - FaE, Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, CEP 31.270-901. ORCID iD:https://orcid.org/0000-0002-3440-931X. Lattes:http://lattes.cnpq.br/9504461153751227. E-mail: anagomes@ufmg.br.

Referências

ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/La Frontera:la nueva mestiza. Madrid: Capitán Swing, 2016.

BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, (11), p. 89-117, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-33522013000200004.

CARDOSO, Lourenço. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no Brasil. 2014. 290 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciencias e Letras (Campus de Araraquara), 2014.

FIGUEIRA, Rickison Rios. Povos indígenas, necrocolonialismo e a pandemia de Covid-19. In: Errante: o internacional fora do lugar. (Online: https://errante386255406.files.wordpress.com/2020/11/figueira-povos-indigenas-necrocolonialismo-e-a-pandemia-de-covid-19-errante-o-internacional-fora-do-lugar-2.pdf). 2020. Visto em 10 de novembro de 2020.

GAGO, Veronica. La razón neoliberal. Economías barrocas e pragmática popular.Buenos Aires: Tinta Limon, 2014.

GOMES, Ana Maria R. Entre os Mundos Indígenas e os Mundos Possíveis: ensaio de aproximação cosmopolítica. no prelo.

GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.

KOPENAWA, Davi &ALBERT, Bruce. A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

KRENAK, Ailton. Falas transcritas de documentário. In: BOLOGNESI, Luiz. Guerras do Brasil.doc: as guerras da conquista. Documentário. Canal Curta!, 2018.

LUCIANO, Gersem José dos Santos. Educação para manejo e domesticação do mundo: entre a escola ideal e a escola real Os dilemas da educação escolar indígena no Alto Rio Negro. Tese (Doutorado). Instituto de Ciências Sociais da UnB, Departamento de Antropologia, 2011.

OLIVEN, Arabela Campos &BELLO, Luciane. Negros e indígenas ocupam o templo branco: ações afirmativas na UFRGS. In: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 23, n. 49, p. 339-374, set./dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71832017000300013.

ORGANIZAÇÃO DOS PROFESSORES INDÍGENAS DE RORAIMA (OPIRR). Carta de Canauanim, Cantá, Roraima, maio de 2001.

PINTO, Simone Rodrigues. Pensamento (teoria) social e político latino-americano e caribenho. Brasília : Editora Universidade de Brasília, 2020.

RIVERA CUSICANQUI, Silvia. Ch’ixinakax utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Buenos Aires: Tinta Limón, 2010.

SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, quilombos: modos e significações. Brasília: INCTI/UnB/CNPq, 2015

SMITH, Linda Tuhiwai. Descolonizando metodologias: pesquisa e povos indígenas. tradução. Roberto G Barbosa. Curitiba: Ed. UFPR, 2018.

STENGERS, Isabelle. A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 69, p. 442-464, abr. 2018. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-901X.v0i69p442-464.

TASSINARI, Antonella M. I. Escola indígena: novos horizontes teóricos, novas fronteiras de educação. In.: SILVA, Aracy Lopes da & FERREIRA, Mariana K. L. Antropologia, história e educação: a questão indígena e a escola. São Paulo: Global, 2001.

WALSH, Catherine. Gritos, grietas y siembras de vida: entretejeres de lo pedagógico y lo decolonial. In: WALSH, Catherine (ed.). Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. TOMO II. Quito-Ecuador: Ediciones Abya-Yala, 2017.

Downloads

Publicado

2022-08-27

Como Citar

ROSAR, Daniel Bampi; GOMES, Ana Maria R. Ser contra colonial na formação superior indígena ou a formação superior indígena ser contra colonial?. RELPE: Revista Leituras em Pedagogia e Educação, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 148–163, 2022. Disponível em: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/relpe/article/view/14794. Acesso em: 29 mar. 2024.