Do amor e da morte
considerações sobre a fotografia em Roland Barthes e Italo Calvino
DOI:
https://doi.org/10.20873.24208Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar uma leitura do conto “A aventura de um fotógrafo”, de Italo Calvino, a partir das reflexões apontadas por Roland Barthes em A câmara clara, inclusive aquelas que desenvolve tomando como mote o conto de Calvino. Originalmente publicado como ensaio em 1955, com o título “Le follie del mirino”, esse conto foi reunido depois no livro Os amores difíceis, juntamente com outros textos que trazem no título o termo “aventura”, utilizado por Barthes para definir sua experiência com a fotografia – a atração que certas fotos exercem sobre ele é como uma espécie de “aventura”, no sentido mesmo do que “advém”, do que “anima”. O crítico francês comenta sobre a fotografia partindo de duas experiências: a do sujeito olhado e a do sujeito que olha, ao passo que a personagem de Calvino vive a experiência de um fotógrafo, ainda que amador. A despeito dessa diferença, ambos buscam a essência da fotografia, o traço que lhe é peculiar, fundamental, propondo, assim, cada um deles, uma teoria sobre a imagem e sua relação com o humano.
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