Gênero, Família e Literatura Infantil:

Homoafetividade em “O Menino que brincava de ser”, de Georgina da Costa Martins

Auteurs-es

  • Márcia Gomes de Oliveira UFT

Mots-clés :

Identidade; Gênero; Teoria Queer; Estudos Culturais; Literatura Infantil.

Résumé

Este artigo pretende responder à questão: como está posta a relação triádica entre gênero, família e preconceito na obra “O Menino que brincava de ser”, de Georgina da Costa Martins. O foco está em reconhecer na literatura em questão as passagens discursivas que nos permitam analisar: a) o tema da diversidade sexual na obra; b) - as configurações discursivas que revelam as instâncias da família e da sociedade em relação à diversidade sexual; c) -  desvendamento das manifestações do preconceito e da identidade sexual, revelando como a obra aborda essas questões. A finalidade da pesquisa é pensar um caminho para refletir a respeito da inserção das discussões de gênero e sexualidade na escola por meio da literatura-infanto juvenil. Dois conjuntos de teóricos serão trazidos para embasar as discussões: 1 - as questões de gênero e sexualidade serão pensadas desde os teóricos da teoria queer; 2 - a expansão das discussões sobre a sexualidade serão realizadas em consonância com proposições mais contemporâneas dos escritos sobre identidade na perspectiva dos Estudos Culturais. Resultou desta pesquisa o fato de que temas como o abordado aqui não encontra eco em muitas instâncias acadêmicas e por este motivo deve ser exposto mais vezes para que alcance patamares maiores de pesquisa e relevância social.

Références

ADICHIE, Chimamanda. O perigo da história única. Disponível em http://www.osurbanitas.org/osurbanitas9/Chimamanda_Adichie.pdf Acesso em 01 de fevereiro de 2012.

ALMEIDA, Rogério. O mundo, os homens e as suas coisas: filosofia trágica e pedagogia da escolha. Tese de Livre Docência. Departamento de Administração Escolar. Faculdade de Educação. USP. São Paulo: 2015.

ARAUJO, Rubenilson Pereira de. Estranhando o currículo: a temática homoafetiva no ensino de literatura infantil – 1. ed. Rio de Janeiro: Metanoia, 2018.

BÉRA, Matthieu & YVON, Lamy. Sociologia da Cultura. São Paulo: Edições SESC, 2015.

BHABHA, Homi K.. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014.

BOESCH, Ernest. Symbolic Action Theory and Cultural Psychology. Berlim – Heidelberg Nova York: Springer, 1991.

BORGES, Luciana e FERNANDES, Antônio. O corpo na literatura e na arte: teorias e leituras. Universidade Federal de Goiás. Ed. Funape, 2013.

BOURDIER. Pierre. Razões Práticas: sobre a teoria da ação. São Paulo: Papirus, 2011.

BUTLER, J. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do “sexo”. In: LOURO, G. L. (org.): O corpo educado - Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte. Autêntica, 2000.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: _____. Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 2004, p. 169-192.

CEVASCO, Maria Elisa. A formação dos estudos culturais. São Paulo: Boitempo, 2016.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em http://www.senado.gov.br/atividade/const/con1988/con1988_18.02.2016/CON1988.asp. Acesso em 01 de julho de 2018.

FOUCAULT, Michael. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2010.

HALL, Stuart. Quem precisa da identidade? SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Identidade e diferença - a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis - RJ: Vozes, 2014, p. 103-133.

MARTINS, Georgina da Costa. O menino que brincava de ser. 4ª ed.- São Paulo, Ed. Cultura do Livro, 2000.

MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Ed. Autêntica: UFOP- Universidade Federal de Ouro Preto, 2012.

PAMUK, Orhan. O romance no novo mundo. In: MACHADO, Cassiano Elek (Org). Pensar a Cultura. Porto Alegre: Arquipélado Editorial, 2013, p. 153-172.

PRINS, B.; MEIJER, I. C. Como os corpos se tornam matéria: entrevista com Judith Butler. Revista Estudos Feministas [online].2002, v.10.n.1. p. 155-167.

SAMPAIO, Juliano Casimiro de Camargo & GONÇALVES, Amanda Diniz. Experiência Corporal Estética: A emergência de novas ações simbólicas no trabalho do ator. Moringa, v. 8, n. 2, 2017, p. 109-124.

WAGNER, Roy. A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

Téléchargements

Publié-e

2020-07-16

Comment citer

Gomes de Oliveira, M. (2020). Gênero, Família e Literatura Infantil: : Homoafetividade em “O Menino que brincava de ser”, de Georgina da Costa Martins. Porto Das Letras, 6(2), 79–94. Consulté à l’adresse https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/portodasletras/article/view/7671