Alvaro da Cunha e a consolidação da poesia no Território Federal do Amapá
Résumé
O escritor Álvaro da Cunha (1923-1995) sintetiza a visão do intelectual que migra do Pará ao Amapá, a convite do primeiro governador do Território Federal do Amapá, Janary Gentil Nunes (1912-1984), a fim de compor o serviço público daquele recém criado Território. Parte da obra de Álvaro da Cunha aparece na antologia Modernos poetas do Amapá, lançada no ano de 1960. Mas o escritor já havia lançado, em 1951, Pássaro de chumbo. Cunha faz carreira no serviço público do Território Federal do Amapá, ocupando cargos de relevância nos anos de consolidação da administração pública sob o governo de Janary Nunes. É nesse contexto que o escritor se insere no serviço público do Território Federal do Amapá entre 1946 e 1963. Com o golpe civil-militar de 1964, Álvaro da Cunha sai do serviço público e passa a atuar no setor privado. Em 1989, Álvaro da Cunha publica sua obra mais impactante, Amapacanto, ao mesmo tempo em que o Amapá deixa de ser Território Federal e passa a ser um Estado da Federação, com uma nova configuração administrativa e outras experiências sociais que marcariam o Amapá nas décadas seguintes. O objetivo deste trabalho é analisar a trajetória intelectual de Álvaro da Cunha cuja obra Amapacanto ajuda a entender o Amapá como um espaço relevante no cenário regional, nacional e internacional, a partir de mudanças significativas na vida social, política, econômica e cultural daquele então Território Federal. Para tanto, os estudos de Lobato (2013), Canto (2016) e Caldas & Souza (2018) servirão de base teórica para realizar o objetivo deste trabalho, já aqui aponta para uma abordagem própria da pesquisa bibliográfica e de fontes primárias.
Références
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