DISCURSO INSTITUCIONAL E HOS(TI)PITALIDADE

A LÍNGUA DE (NÃO) ACOLHIMENTO EM MO(VI)MENTOS

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20873/10.20873-2024-31987pm9

Resumen

Neste artigo propomos gestos de interpretação acerca do discurso institucional para o acesso de sujeitos-estudantes haitianos à educação superior, com o objetivo de analisar a noção de hospitalidade pelo viés da desconstrução derridiana em uma perspectiva discursivo-desconstrutiva. A análise aponta para três mo(vi)mentos, os quais nomeamos como saber a língua para/e (demonstrar) saberes sobre, saber a língua e (demonstrar) saber sobre a língua e provar saber a língua, que mostram deslocamentos nos modos de hospitalidade ou hostilidade, em que a língua portuguesa é tomada como língua de (não) acolhimento. Nesses três mo(vi)mentos, observamos que há modificações na forma de ingresso que exigem cada vez mais que o candidato compreenda a língua portuguesa. Assim, ao mesmo tempo em que se procura receber o outro a partir da hospitalidade, também está presente o que Derrida chama de hos(ti)pitalidade, pois o sujeito-estudante haitiano precisará cumprir as exigências do processo seletivo em uma língua que não é a sua. Sobre isso, ao longo do trabalho, buscamos mostrar que a língua dita de acolhimento ainda é uma barreira tanto para o acesso quanto para a permanência desse estudante, mas também nos demais âmbitos da sociedade, pois essa é uma língua do dia-a-dia do sujeito, necessária para a sua plena cidadania. Portanto, compreendemos que, para além do espaço acadêmico, é necessário cada vez mais atenção e ações voltadas a minimizar e vencer essa barreira, considerando nesse processo de acolhimento a voz e a língua do imigrante.

Biografía del autor/a

Mary Stela Surdi, UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Professora, graduada em Letras pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (1994), com mestrado em Letras Lingüística pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998). Atualmente é docente com dedicação exclusiva na Universidade Federal da Fronteira Sul e cursa Doutorado em Estudos Linguísticos no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos na Universidade Federal da Fronteira Sul. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Metodologia de Ensino de Português, atuando principalmente nos seguintes temas: pratica de ensino, leitura, língua portuguesa e análise de discurso. 

Roselaine De Lima Cordeiro, UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Doutoranda e Mestra em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó (UFFS). Licenciada em Letras Português e Espanhol - Licenciatura pela Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó (UFFS). Especialista em Assessoria Executiva pela Universidade de Passo Fundo (UPF) (MAR. 2010 a DEZ. 2011). Bacharel em Secretariado Executivo pela Universidade de Passo Fundo (UPF) (MAR. 2006 a DEZ. 2009). Atua como Secretária Executiva na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) desde 11/02/2010, atualmente é servidora da Coordenação Acadêmica do Campus Erechim. Já atuou na secretaria da Direção do Campus Erechim e na Procuradoria Educacional Institucional (PI) em Chapecó-SC, setor vinculado à reitoria. Tem experiência em Assessoria Executiva. Temas de pesquisa de atuação e interesse: leitura e mediação de leitura de textos.

Angela Derlise Stübe, UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL

Possui graduação em Letras Licenciatura Plena pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ (1997), mestrado em Letras pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM (2000) e doutorado em Lingüística Aplicada, pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2008). Atualmente, é professora da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó/SC, no curso de graduação em Letras e no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos (PPGEL). Trabalha, principalmente, com os seguintes temas: formação de professores, discurso pedagógico, ensino-aprendizagem de língua materna, políticas lingüísticas. É membro do GT "Práticas Identitárias em Lingüística Aplicada", na ANPOLL; líder do grupo de pesquisa "língua(gem), discurso e subjetividade"; integrante do "Fronteiras: Laboratório de Estudos do Discurso", Coordenadora de área do subprojeto PIBID Língua Portuguesa; coordena o GELINDI - Grupo de Estudos Linguagem, Discurso e Identidade

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Publicado

2024-05-19 — Actualizado el 2024-05-19

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Cómo citar

Surdi, M. S., De Lima Cordeiro, R., & Stübe, A. D. (2024). DISCURSO INSTITUCIONAL E HOS(TI)PITALIDADE: A LÍNGUA DE (NÃO) ACOLHIMENTO EM MO(VI)MENTOS. Porto Das Letras, 10(1), 55–82. https://doi.org/10.20873/10.20873-2024-31987pm9