Praxiologias nas Aulas de Literaturas de Língua Inglesa: Um Olhar sobre A Tempestade, de Shakespeare, na Perspectiva Decolonial
Abstract
In this paper, we discuss an experience proposed by a professor of English Literatures to problematize language issues and the construction of subaltern subjectivities in William Shakespeare's play The Tempest, from decolonial perspectives. We also aim at reflecting on how students perceive the issues of language and subordinate bodies in the aforementioned play. As a theoretical-epistemological framework, we rely on studies involving literary education (CARBONIERI, 2016; CHINWEIZU, 1987; MACHADO; SOARES, 2021; PEREIRA, 2019, 2020) and on decolonial studies (LANDER, 2005; CASTRO-GÓMEZ, 2007; QUIJANO, 2007, WALSH, 2007). This qualitative research involved a professor of English Language Literature II, five academics who were majoring in Modern Languages (Portuguese and English) at a private institution in Goiás State, Brazil. The empirical material was composed by remotely held discussions about the play The Tempest, and texts written by the students. We could notice the broadening of the students' perspectives on the Shakespearean text, expressed in the reading they made of the characters' speeches through decolonial lenses. Furthermore, our discussions pointed out that, by using decolonial praxiologies in English literatures classes, the students were more critical and realized that, through literary texts, they could understand several aspects related to social inequities they had not noticed when studying them in a conventional way.
References
ARAÚJO, E. R. de; FIGUEIREDO, F. J. Q. de; LAGO, N. A. do. A colaboração como elemento propulsor da autoestima de aprendizes em aulas de literatura inglesa numa perspectiva da teoria da recepção: um relato de experiência. Leitura, n. 67, p. 99-114, 2020.
ADICHIE. C. N. O Perigo da única história. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
AMAN, R. Decolonizing intercultural education: Colonial differences, the geopolitics of knowledge, and inter-epistemic dialogue. London: Routledge, 2018.
ASHCROFT, B., GRIFFITHS, G., TIFFIN, H. The Empire Writes Back: Theory and Practice in Post-Colonial Literatures. London: Routledge, 1991.
BANDEIRA DE MELO JR., O. M. Ensino de literatura em Língua Inglesa: um diálogo com propostas metodológicas com base na Análise Dialógica da Literatura. Revista Letras Raras. Campina Grande-PA, v. 8, n. 3, p. 222-246, 2019.
BOGUSZ, P. N.; WIELEWICKI, V. H. G. The Tempest de William Shakespeare e A Tempestade de Sonia Rodrigues sob uma perspectiva pós-colonial. In: CELLI – COLÓQUIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS. 3, 2007, Maringá. Anais. Maringá, 2009, p. 777-788.
BORELLI, J. D. V. P.; SILVESTRE, V. P. V.; PESSOA, R. R. Towards a decolonial language teacher education. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 20, n. 2, p. 301-324, 2020.
CARBONIERI, D. Descolonizando o Ensino de Literaturas de Língua Inglesa. In: JESUS, D. M. de.; CARBONIEIRI, D. (org.). Práticas de multiletramentos e letramentos críticos: outros sentidos para a sala de aula de línguas. Campinas, SP: Pontes Editores, 2016a. p.121-143.
CARBONIERI, D. Pós-colonialidade e decolonialidade: rumos e trânsitos. Revista Labirinto, Porto Velho, v. 24, n. 1, p. 280-300, 2016b.
CARVALHAL, T. F. Encontros na Travessia. Revista Brasileira de Literatura Comparada, v. 7, n. 1, p. 169-182, 2005.
CASTRO-GÓMEZ, S. Decolonizar la universidad: La hybris del punto cero y el diálogo de saberes. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 79- 91.
CHINWEIZU, I. Decolonising the African mind. Lagos, Nigeria: Hero Press, 1987.
CRUZ, D. T. Literatura (pós-colonial) caribenha de língua inglesa. Salvador: EDUFBA, 2016.
DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. Introduction: The discipline and practice of qualitative research. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (ed.). Strategies of qualitative inquiry. Thousand Oaks, CA: Sage, 2003. p. 1-45.
DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. The discipline and practice of qualitative research. In: DENZIN, N. K. (ed.). The landscape of qualitative research. 4. ed. Thousand Oaks: Sage Publications, 2013. p. 1-4.
EAGLETON, T. Teoria da Literatura: Uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
FIGUEIREDO, F. J. Q. de. A aprendizagem colaborativa de línguas: considerações conceituais e aplicações em distintos contextos. In: FIGUEIREDO, F. J. Q. de (Org.). A aprendizagem colaborativa de línguas. 2 ed. rev. ampl. Goiânia: Ed. da UFG, 2018. p. 13-57.
FIGUEIREDO, F. J. Q. de. A aprendizagem colaborativa de línguas: considerações conceituais e aplicações em distintos contextos. In: FIGUEIREDO, F. J. Q. de (Org.). A aprendizagem colaborativa de línguas. 2 ed. rev. ampl. Goiânia: Ed. da UFG, 2018. p. 13-57.
FESTINO, C. G. A Estética da Diferença e o Ensino de Literaturas de Língua Inglesa. Gragoata, v. 19, n. 37, p. 312, 2014.
FORD, B. The age of Shakespeare. New York: Penguin Books. 1980.
GOMES, N. L. O movimento Negro e a intelectualidade negra descolonizando os currículos. In: BERNADINO-COSTA, J.; MALDONADO-TORRES, N.; GROSFOGUEL, R. (org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019. p. 223-246.
HARRISON, G. B. Introducing Shakespeare. England: Pelican Books, 1990.
LANDER, E. Ciências sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. In: LANDER, E. (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: Conselho Latino-americano de Ciências Sociais - CLACSO, 2005. p. 8-23.
LIMA, G. F. de. The Tempest: Reafirmação do Colonialismo Inglês. Sitientibus. Revista da Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana: UEFS, n. 14, p. 79-93, 1996.
MACHADO, R. C. M.; SOARES, I. B. Por um ensino decolonial de literatura. Rev. Bras. Linguíst. Apl., v. 21, n. 3, p. 981-1005, 2021.
MALDONADO-TORRES, N. Outline of ten theses on coloniality and decoloniality. Foundation Franz Fanon. 2016.
MIGNOLO, W.; WALSH, C. On decoloniality. Durham: Duke University, 2017.
OLIVEIRA, L. E. A historiografia brasileira da literatura inglesa: uma história do Ensino de inglês no Brasil (1809-1951). Campinas-SP: Pontes, 2015.
PEREIRA, F. M. Education and literature: reflections on social, racial and gender matters. Educação e literatura: reflexões sobre questões sociais, raciais e de gênero. Salvador: EDUFBA, 2019.
PEREIRA, F. M. A literatura como alternativa para práticas decoloniais no ensino de inglês: um estudo autoetnográfico sobre experiências de uma professora de estágio supervisionado. Investigação qualitativa em educação: avanços e desafios, v. 2, n.1, p. 69-82, 2020.
PESSOA, R. R.; SILVA, K. A. da; CONTI, C. Praxiologias do Brasil Central: floradas de educação linguística crítica. In: PESSOA, R. R.; SILVA, K. A. da; CONTI, C. (org.). Praxiologias do Brasil Central sobre educação linguística crítica. São Paulo: Pá de Palavra, 2021. p. 15-24.
QUIJANO, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (org.). El giro decolonial: Reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Universidad Javeriana/Instituto Pensar, Universidad Central-IESCO, Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 93-126.
REIS, R. Canon. In: JOBIM, J. L. (org.). Palavras da crítica. Rio de Janeiro: Imago, 1992.
REZENDE, T. F.; DIAS, L. de O. As carolinas e a estética corporal-criativa das ruas: a escrita como lugar de enfrentamento. In: DAMIÃO, C. M.; ALMEIDA, F. F. de (org.). Estética em Preto e Branco. Goiânia: CEGRAF, 2017. p. 171-195.
SCHEYERL, D.; BARROS, K.; SANTO, D. O. do E. A perspectiva intercultural para o ensino de línguas: propostas e desafios. Estudos Linguísticos e Literários. Salvador, n. 50, p. 145-174, 2014.
SHAKESPEARE, W. The Tempest. Org. David Bevington et al. Nova York: Bantam Books, 1988.
SILVA, A. M. da. Literatura Inglesa para Brasileiros. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2005.
SILVA, V. M. de A. e. Teoria da Literatura. São Paulo: Editora 4, 1990.
SPIVAK, G. C. Pode o subalterno falar? Trad. Sandra Regina Goulart Almeida; Marcos Pereira Feitosa; André Pereira. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010.
THIONG’O, N. Decolonizing the mind. London: Harare: Zimbabwe Publishing House, 1981.
TOLENTINO, M. V. F. de. O texto Literário no Ensino de Língua Inglesa. In: PAIVA, V. L. M. de (org.). Ensino de Língua Inglesa: Reflexões e Experiências. Campinas, SP: Pontes, 1999. p. 177-199.
WALSH, C. Interculturalidad, plurinacionalidad y decolonialidad: las insurgências políticos-epistêmicas de refundar El Estado. Tábula Rasa, Bogotá, Colombia, n. 9, p. 131-152, 2008.
WALSH, C. Interculturalidad, colonialidad y educación. Revista Educación y Pedagogía, Medellín-Colombia, v. XIX, n. 48, p. 25-35, 2007.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Os autores concordam com os termos da Declaração de Direito Autoral, que se aplicará a esta submissão caso seja publicada nesta revista (comentários ao editor podem ser incluídos a seguir).