A atualidade da palavra poética – modernismo e pensamento
DOI:
https://doi.org/10.20873.24205Abstract
Resumo: Qual a relevância do modernismo brasileiro hoje? Endereçaremos essa questão em um viés hermenêutico e poético-ontológico, buscando sublinhar o que permanece a ser pensado nas produções literárias dos modernistas. Para além do recente centenário da Semana de 1922 e dos debates historiográficos que se sucederam, este trabalho procura chamar atenção, numa perspectiva interdisciplinar, para o drama da linguagem na cultura contemporânea e sua tensão permanente com as consequências do desenvolvimento tecnológico. Partiremos do importante trabalho de Oswald de Andrade, A crise da filosofia messiânica, em busca de compreender a radicalidade do pensamento que dirigia sua produção – e com a qual, pensamos, ainda se pode aprender muito. Recorreremos a teóricos como George Steiner, Byung-Chul Han, Giorgio Agamben e a criadores da palavra como Manoel de Barros e Guimarães Rosa para observar a dimensão essencial e originária da palavra poética, a qual, defendemos, não só sustenta a produção artística, mas também articula qualquer referência de mundo da experiência humana no geral.
Palavras-chave: Poética; Hermenêutica; Modernismo brasileiro; Literatura; Linguagem.
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