A Voz dos Subalternos em Morangos Mofados de Caio Fernando Abreu
Abstract
O objetivo deste artigo é analisar de que forma a obra Morangos Mofados, publicada em 1982, do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, retrata a voz das pessoas ditas subalternas em meio a um ambiente dominado pela Ditadura Militar no Brasil. Partindo desse pressuposto, consideramos as atitudes, o silenciamento e realização dos desejos dos personagens, mais especificamente nos contos Diálogo, Os sobreviventes, O dia em que urano entrou em Escorpião e Terça-feira Gorda que ajudam a consolidar essa relação entre o desejo de falar e fazer o que se tem vontade e o ocultamento dessa voz. A análise desses contos representativos do contexto histórico da Ditadura Militar, a falta de diálogo devido ao medo vivido, a monotonia de vida e vontade de se livrar de tal situação, o ato de vomitar como forma de expor o pensamento vem relacionar com o que a autora Gayatri Chakravorty Spivak em sua obra Pode o subalterno falar?, pois segundo ela o discursos ditatórios de poder ocultam a voz de qualquer pessoa que não está com o poder em mãos. Morangos Mofados apresenta de forma relevante, significativa e irônica uma multiplicidade de significados que transmitem todo o amargo, melancolia, medo, dúvida e esperança de uma geração.
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