O raciocínio dialético de Paul Valéry em “Le cimetière marin”
Resumo
As interpretações clássicas francesas do poema “Le cimetière marin”, de Paul Valéry, sobretudo a de Gustave Cohen, tendem a conceber a estrutura desse texto poético como oposição binária entre o não ser imóvel e inconsciente e o ser móvel, criativo e reflexivo. Sem prejuízo desse ponto de vista, tenciona-se, neste artigo, mostrar que a enunciação do eu lírico transcende o dualismo ao refletir ontologicamente por meio de figuras poéticas, posto que encontra na lógica dialética hegeliana o método próprio ao desvelamento da unidade contraditória existente entre a vida e a morte, a mobilidade e a imobilidade, o ser e o nada. Desse modo, evidenciaremos que os dados estruturais internos do texto plasmam dialeticamente imagens sugestivas e evocativas da filosofia de Hegel, mais propriamente, do modo de pensar desse filósofo idealista que, em seu sistema, apresentou o Espírito em seu percurso de reconciliação racional consigo mesmo e o conceito do Absoluto.
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