A Concordância Nominal de Número no Português Falado em Macapá-AP
DOI:
https://doi.org/10.20873.24.3012Resumo
O presente trabalho busca investigar a utilização da concordância nominal de número no português falado em Macapá-AP. Os estudos sociolinguísticos têm mostrado que este fenômeno apresenta variação linguística, isto é, o mesmo falante pode oscilar entre as marcas formais de plural e a ausência delas, a depender do contexto comunicativo em que ele se encontra: formal ou informal (Nina, 1980, Scherre, 1988; Naro; Scherre, 2006; Brandão, 2011; Martins, 2010; Ribeiro, 2019). Consonante a isso, esta pesquisa tem como base a Sociolinguística Variacionista (Labov, 2008) e conta com o banco de dados orais do Projeto Variedades linguísticas faladas no Amapá. Assim, foi selecionado um total de 16 informantes, considerando os fatores sociais: sexo (feminino e masculino), idade (geração A: 16-30 anos e geração B: acima de 40 anos) e escolaridade (fundamental e médio). Consideramos também os fatores linguísticos como: a posição do elemento no interior do sintagma nominal (posições pré-nucleares, nucleares e pós-nucleares) e a localização do sintagma nominal em relação ao verbo (à esquerda, à direita ou indistinta). Para análise sociolinguística, utilizamos o programa estatístico goldvarb X que evidenciou um total de 1.033 ocorrências de sintagmas nominais. Desse número, obtivemos 75,4% de realizações de marca de plural e 24,6% de ausência. Identificamos que os fatores sociais idade e escolaridade são suscetíveis à manutenção de marcas de número; além disso, no que consiste aos fatores linguísticos, os elementos pré-nucleares e os SNs localizados à esquerda do verbo tendem a condicionar a concordância nominal de número na fala de macapaenses.
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