REGISTRO DO ABANDONO SOCIAL EM QUARTO DE DESPEJO, DE CAROLINA MARIA DE JESUS.
DOI:
https://doi.org/10.20873.24e04Resumo
RESUMO
O corpus desta pesquisa é o livro diário Quarto de despejo (2021), de Carolina Maria de Jesus, publicado em 1960 e tem por objetivo analisar como a obra Quarto de despejo (2021), de Carolina Maria de Jesus, se constitui como espaço de problematização da sociedade brasileira nos anos de 1960. Nesse artigo, observa-se como a voz autoral feminina negra é importante um canal de denúncia e reflexões sócio cultural em torno das pessoas e da vida na periferia. Além desse aspecto, também é discutida a importância de Carolina Maria de Jesus para os estudos literários brasileiros com temática gênero e interseccionalidade. A presente pesquisa tem por fundamentação teórica as autoras Bell Hooks, Conceição Evaristo, Fabiana Moraes, Lélia Gonzales e Djamila Ribeiro. Quando publicado, Quarto de despejo sofreu resistência da crítica literária que não a considerava com valor literário, talvez por se tratar de uma obra ambientada na favela, escrita por uma mulher negra, autodidata, mãe solteira, pobre e moradora da favela do Canindé- SP. Em seu diário, percebe-se a sua visão política aguçada, críticas em torno do preconceito racial, consciência acerca do papel da mulher na sociedade e reflexões em torno da falta de oportunidades destinadas às pessoas pobres e faveladas. Quarto de despejo, escrito no ano de 1955, retrata a realidade de muitos brasileiros ainda no ano de 2022.
Palavras-Chave: Abandono. Literatura. Racismo. Autoria negra.
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