Ideias Decoloniais sobre minha Práxis: Autoetnografia de uma Professora de Inglês

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/223ctm-jpt

Resumo

Este artigo consiste numa busca autoetnográfica sobre meus primeiros contatos com a Língua Inglesa e sua contribuição na construção da minha identidade docente. Desse modo, busco lançar um olhar decolonial a essas experiências por entendê-las envoltas em “uma matriz de poder colonial” (MIGNOLO, 2014, p. 63). Nesse contexto, entendo que o pensar decolonial demanda um desprendimento da busca por acertos e/ou resultados positivos (BORELLI, 2018).  Descrevo-me aprendendo a Língua Inglesa na 5ª série (6º ano) e como isso influenciou minha práxis docente. Discuto como a formação continuada e os letramentos na sala de aula foram capazes de transformar meu trabalho. Pois, em um mundo em constante mudança, os professores necessitam estar sempre atentos ao surgimento de novas demandas sociais que podem modificar estruturas consideradas, em determinados momentos, como fixas e estáveis.  Por último, questiono os discursos e crenças arraigados na educação vislumbrando possibilidades de escrever novas histórias. Histórias onde nós, professores, possamos encontrar nossa voz e atribuir à escola básica seu papel de co-construtora de conhecimentos ao lado da universidade.

Referências

APLICAR]. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2018. Disponível em: https://www.dicio.com.br/aplicar/. Acesso em: 10/11/2018

ASSIS-PETERSON, A. A.; COX, M. I. P. Inglês em tempos de globalização: para além de bem e mal. Calidoscópio, v.5, n.1, p.5-14. 2007.

ASSIS-PETERSON, A. A.; SILVA, E. M.N.; Os primeiros anos de uma professora de inglês na escola pública: tarefa nada fácil. Revista Linguagem & Ensino, v. 14, n. 2, p. 357-394, 2011.

BOCHNER A.; ELLIS, C.; Communication as Autoethnography. In: SHEPHERD, Gregory J; ST JOHN, Jefrey; STRIPHAS Ted; Communication As Perspectives on Theory (Org.). Thousand Oaks, CA: Sage, 2006.

BOHN, H. I.; O Método “Soberano” para o Ensino e Aprendizagem de Língua Inglesa. In: LIMA, Diógenes C. Ensino e aprendizagem de língua inglesa: conversas com especialistas. São Paulo: Parábola, 2009. p. 169-178.

BOSI, E. Memória e Sociedade: Lembranças de Velhos. 13ª ed. São Paulo, Companhia das Letras, 2006.

BORELLI, J. D. V. P.; O Estágio e o Desafio Decolonial: (Des)Construindo Sentidos Sobre a Formação De Professores/as de Inglês. 2018. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) - Faculdade de Letras. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2018.

BRANTS, G. W. Estudo da relação poder/submissão em sala de aula a partir da análise da interação conversacional entre professor e alunos. Revista Eletrônica de Divulgação científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura, v. 1, n. 1, p. 1-10, 2004

CARBONIERI, D. Descolonizando o ensino de literaturas de língua inglesa. In. JESUS, D.M.; CARBONIERI, D. (Org.). Práticas de Multiletramentos e Letramento Crítico: Outros Sentidos para a Sala de Aula de Línguas. Campinas, SP: Pontes Editores, 2016.

CASTRO-GÓMEZ, S. Decolonizar la universidad. La hybris del punto cero y el diálogo de saberes. In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Ed.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007. p. 79-92.

CHANG, H. Individual and Collaborative Autoethnography as Method - A Social Scientist’s Perspective. In: JONES, S.; ADAMS, T. E.; ELLIS, C. (Org.). Handbook of Autoethnography. New York: Routledge, 2016. p. 117- 134.

COLYAR, J. E. Reflections on Writing and Autoethnography. In: JONES, Stacy; ADAMS, Tony E; ELLIS, Carolyn. (Org.). Handbook of Autoethnography. New York: Routledge, 2016. p.425- 447.

COSTA, P. I de; NORTON, B. Introduction: Identity, Transdisciplinarity, and the Good Language Teacher. The Modern Language Journal. v.101, p. 3-14, 2017. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/modl.12368/abstract

DIAS, R. Multimodalidade e multiletramento: novas identidades para os textos, novas formas de ensinar inglês. In: SILVA, K. A.; ARAÚJO, J. (Orgs.) Letramentos, Discursos Midiáticos e Identidades: novas perspectivas. Campinas: Pontes Editores, 2015, p.305-325

DUBET, F. “Quando o sociólogo quer saber o que é ser professor: entrevista com François Dubet” – Entrevista concedida a Angelina Peralva e Marília Sposito. Revista Brasileira de Educação, nº 5 e 6, ANPED, p. 222-232, 1997.

DUNCAN, M. Autoethnography: Critical appreciation of an emerging art. International Journal of Qualitative Methods, v.3, n.4, Artigo 3, 2004. Disponível em: <http://www.ualberta.ca/~iiqm/backissues/3_4/pdf/duncan.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2018.

DUTTA, M. J.; BASU, A. Negotiating Our Postcolonial Selves from the Ground to the Ivory Tower. In: JONES, S.; ADAMS, T. E.; ELLIS, C. (Org.). Handbook of Autoethnography. New York: Routledge, 2016. p.162- 181.

FEATHERSTONE, Helen. Learning from the first years of classroom teaching: the journey in, the journey out. Teachers College Record, v. 95, p. 1- 19, 1993.

FREIRE, P.; A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 1991.

FREIRE, P. Cartas a Cristina. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GROSFOGUEL, R. Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, v. 80, n. 1, p. 115-147, 2008.

GROSFOGUEL, R. “Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global”. In.: SANTOS, B. S.; MENESES, M. P. (orgs). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 455-491.

HALL, S. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p. 7-46 e p. 77-89.

HAYLER, M. Autoethnography, Self- Narrative and Teacher Education. University of Brighton: Sense Publishers, 2011.

HOOKS, B. "Theory as Liberatory Practice," Yale Journal of Law & Feminism: v.4, n.1, p. 1-12, 1991.

JANKS, H. Literacy and Power. New York: Routledge, 2010.

JONES, S. H.; Autoethnography: Making the personal political. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S (Org.). Handbook of Qualitative Research. London: Sage, 3ªed. 2005. p. 763-791.

KLEIMAN, A. Preciso “ensinar” o letramento? Não basta ler e escrever? Série Linguagem e Letramento em Foco. Campinas, Unicamp, IEL:2005.
KUMARAVADIVELU, B. Language teacher education for a global society. New York, Routledge, 2012.
LOPES, A. C.; BORGES, V. Formação docente, um projeto impossível. Cadernos de Pesquisa, v. 45, n. 157, p. 486-507, jul./set. 2015.

MASTRELLA-DE-ANDRADE, M. Ser crítica: uma história (sempre) incompleta. In: PESSOA, Rosane R.; SILVESTRE, Viviane P. V.; MONTE-MÓR, Walkyria. (Org.). Perspectivas críticas de educação linguística no Brasil: trajetórias e práticas de professoras/es universitárias/os de inglês. São Paulo: Pá de Palavra, 2018. p. 185-198. Disponível em: https://www.academia.edu/39980426/Perspectivas_criticas_ebook

MIGNOLO, W. D. Educación y decolonialidad: aprender a desaprender para poder re-aprender – Um diálogo geopolítico-pedagógico com Walter Mignolo. Revista del IICE. n. 35, p. 61-71, 2014. [Entrevista concedida a Facundo Giuliano e Daniel Berisso].

MIZUKAMI, M. G. N. Escola e desenvolvimento profissional da docência. In: GATTI, B. A. et al. (Org.). Por uma política nacional de formação de professores. São Paulo: Editora Unesp, 2013. p. 23-54.

MOITA LOPES, L. P.; “Eles não aprendem português quanto mais inglês”. A ideologia da falta de aptidão para aprender línguas estrangeiras em alunos de escola pública. In: Oficina de Linguística Aplicada. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1996.

NÓVOA, A. Desafios do professor no mundo contemporâneo. São Paulo: SINPRO-SP, 2007. Disponível em: http://www.sinprosp.Org.br/arquivos/novoa/livreto_novoa.pdf. Acesso em: 04 abr. 2018.

NÓVOA, A. Nota de abertura. In: BARBOSA et al. (Org.) A boniteza de ensinar e a identidade do professor na contemporaneidade. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2015. p. 11-16.

PALMER, P. J. The courage to teach: exploring the inner landscape of a teacher’s life. San Francisco: Jossey-Bass Publishers, 1998.

PRATT, M. B. S/HE. Ithaca, NY: Firebrand Books, 1995.

SILVA, C. C; ZEULLI, Elizandra. O Professor Reflexivo No Processo De Ensino Aprendizagem De Língua Estrangeira. Revista Triângulo, n.1, v.3, jan-jul, 2010. p. 47-55.

SILVA, T. T. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz T. (Org.). Identidade e Diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, p. 73-102.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

VERSIANI, D. B. Autoetnografias: conceitos alternativos em construção. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005.

WOODWARD, K. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, T. T. (Org.). Identidade e Diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, p. 7-72.

Downloads

Publicado

2022-07-21

Como Citar

Prescendo Tonin, J. (2022). Ideias Decoloniais sobre minha Práxis: Autoetnografia de uma Professora de Inglês. Porto Das Letras, 8(3), 77–101. https://doi.org/10.20873/223ctm-jpt