Cornélio Penna Intérprete Impensado do Brasil

2025-12-21

Cornélio Penna Intérprete Impensado do Brasil

 

Este dossiê da Revista Porto das Letras busca reunir contribuições que explorem leituras renovadas da produção de Cornélio Penna (1896-1958). A iniciativa celebra o legado do autor como intérprete do Brasil, cuja obra continua a suscitar novas abordagens em meio aos debates literários no contemporâneo. Em 2024 completaram-se 70 anos da publicação de A menina morta (1954), e em 2028 serão 70 anos de morte do autor, cuja obra vem sendo republicada,  lida e redescoberta por pesquisadores/as ao longo das últimas décadas.

A fortuna crítica de Penna hoje comporta variadas leituras: ora a obra do autor, de caráter introspectivo, cuja ambiência noturna e fantasmal tende a esfumar enredo e contexto, pode ser lida como  reflexão sobre o país, ora, para além da figura de “antiquário apaixonado”, como intérprete do Brasil. Com uma escrita sui generis para a época, os romances cornelianos, portanto, são incontornáveis para se pensar criticamente o modernismo brasileiro pós-1930, especialmente em temas como a memória dos dispositivos coloniais, o trauma do patriarcado e a condição da mulher, o fantasma da escravidão e o questionamento de formas e temas privilegiados no sistema literário brasileiro .

Para este dossiê são desejáveis análises sobre a obra de Cornélio Penna - os romances Fronteira, Repouso, Dois romances de Nico Horta e A menina morta, bem como pesquisas do arquivo biográfico e da produção visual - que, por meio de caminhos diversos, possam oferecer novas perspectivas de leitura sobre o autor.

Além de artigos, também são aceitas resenhas de livros e entrevistas sobre a obra de Cornélio Penna.

 

Chamada: até 10 de junho de 2026

Publicação: setembro de 2026

 

Organizadores

Luiz Eduardo Andrade (UFAL)

Simone Rossineti Rufinoni (USP)

Viviane Cristina Oliveira (UFT)

Júlio França (UERJ)