O argumento teofânico: uma outra leitura de Anselmo de Cantuária
DOI:
https://doi.org/10.20873/rpv7n1-29Resumo
Reler o sentido e o teor do argumento de Anselmo à luz de sua vida oferece uma rica perspectiva sobre a famosa fórmula Deus est aliquid quo nihil majus cogitari possit – comumente traduzida: “Deus é algo do qual nada maior pode ser pensado”. Ela só receberá seu verdadeiro sentido para hoje à medida que descrever, por um lado, a experiência comum que se pretende aqui [(I) hermenêutica] e mostrar, por outro lado, o tipo de manifestação que aqui se considera [(II) fenomenologia]. À luz dessa dupla leitura – tanto hermenêutica como fenomenológica – o célebre argumento do Proslogion reencontrará a sua verdadeira relevância para o nosso tempo. Evitando nos restringirmos às suas leituras puramente confessionais (K. Barth, M. Corbin) ou inteiramente laicas (R. Roques, P. Vignaux, A. de Libera, K. Flash, etc.), convém, ao contrário, devolver-lhe o seu teor “teofânico”, para que possa ser visto por uns e outros através do prisma de uma experiência vivida, seja ela apenas conceitual ou também religiosa. Há mística na filosofia pura e simples, se a estendermos a um tipo de experiência que nos envolve por completo.
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