A ambígua visão do mundo de Galileu
DOI:
https://doi.org/10.20873/rpv8n1-59Resumen
Este trabalho propõe-se atingir dois objetivos: o primeiro é o de reportar para a cultura brasileira uma recente contribuição historiográfica sobre a “ambígua visão” da matéria em Galileu; o segundo é o de desenvolver algumas reflexões filosóficas a partir das sugestões presentes no imaginário do grande cientista italiano. Por um lado iremos abrir uma brecha na interpretação convencional do mecanicismo do Galileu; por outro lado, iremos propor uma operação hermenêutica que visa atualizar o imaginário especulativo de um dos pais da revolução científica do século XVII através da sua comparação com a filosofia do organismo do Alfred North Whitehead - o qual propôs a sua doutrina em alternativa ao mecanicismo materialista -, e com a “física eurítmica”, ou “física do devir”, defendida por José N. R. Croca e o seu grupo de investigação. De facto Galileu, na sua reforma da imagem escolástica do mundo, enfrentou o paradoxo da conciliação do continuo matemático com o atomismo físico, esboçando uma invulgar “solução emergentista”. Desvendar o horizonte metafisico do pensamento do Galileu facultará-nos um acesso histórico filosófico original as questões mais controversas da filosofia da ciência moderna e da mecânica quântica.
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