O distanciamento entre filosofia e política, e o sentido da política em Hannah Arendt

Autores/as

  • Tamíris Moreira Simão Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.20873/rpv6n2-17

Resumen

Hannah Arendt identifica no pensamento de Platão aquilo que ela designa como “Tirania da Verdade”, ao mesmo tempo em que nos mostra de que modo essa “tirania” se fundamenta a partir de uma cisão entre filosofia e política. Essa cisão causa uma progressiva degradação da política que deixa de ser o espaço do próprio exercício da liberdade para ser meramente aquilo que garante a existência de liberdades individuais e que preserva a reprodução da vida. Ademais, ao ser apartada da liberdade e da própria atividade do pensamento e do diálogo, a política se apropria do uso da força e a esfera política passa a ser a esfera da coerção. A política degradada, portanto, é aquela que perdeu o seu sentido, ou seja, que não proporciona espaço público para a discussão e compartilhamento de um mundo em comum. A degradação atinge seu ápice quando a pergunta “Qual é o sentido da política?” é suplantada por “Tem a política algum sentido?”. Em nosso artigo, buscamos mostrar o percurso argumentativo da filósofa que se inicia com o exame da “tirania da verdade” e da cisão entre filosofia e política até a consequente perda do próprio sentido da política. Para isso, examinaremos especialmente seus textos “Filosofia e Política”, “O que é autoridade?”, “Tradição e Idade Moderna” e “O sentido da Política”.

Publicado

2021-12-30

Cómo citar

Moreira Simão, T. (2021). O distanciamento entre filosofia e política, e o sentido da política em Hannah Arendt. Perspectivas, 6(2), 319–334. https://doi.org/10.20873/rpv6n2-17

Número

Sección

Dossiê Hannah Arendt: "Pensar o que estamos fazendo"