A mística e a mecânica em filosofia moral
DOI:
https://doi.org/10.20873/rpv6n1-94Abstract
Em Intertexto, poema de B. Brecht, uma questão filosófica é tratada: por que devo preocupar-me com os outros? A alusão ao poema insere-nos de pronto no vértice desse trabalho. Trata-se do problema da alteridade. Percorreremos as abordagens clássicas da ética autocentrada, situando em cada uma delas um vício original, a saber, a confusão entre tempo e espaço. Fora dos marcos da metafísica bergsoniana, deixa-se de considerar uma dimensão da realidade, o tempo. O resultado será a constituição de uma ética coadunada com a natureza das representações intelectuais - espaciais, portanto -, estruturada pela lógica da conservação, o que sacrificará necessariamente o alcance da universalidade, compreendida em seu sentido largo, a qual não será jamais, sob a perspectiva bergsoniana, alcançada sem o contato com o que há de mais íntimo no real, o tempo, o movimento criador. O caráter auto-referenciado da tradição ética aparecerá como desdobramento de um modo de vida (fechado) que orienta a confecção e interpretação da forma legal, atingido pela manifestação normal de nossas faculdades para estar e agir no mundo.
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