A ausência de angústia existencial
DOI:
https://doi.org/10.20873.rpv9n2-23Palavras-chave:
existencialismo, angústia, informaçãoResumo
A partir da compreensão do que é o existencialismo, sua origem e principais representantes, é possível evidenciar a forma como as questões existenciais são suscitadas e vivenciadas e, assim, compreender as diferentes formas de se posicionar no mundo. Para maior compreensão, utilizamos das teorias do filósofo Jean-Paul Sartre e fizemos um paralelo com a escritora Clarice Lispector a fim de culminar numa reflexão sobre a sociedade ocidental atual, com seu excesso de informação superficial e todo tipo de distração que prejudicam a reflexão do sujeito sobre sua própria situação e a constatação da angustia e liberdade. Estamos inseridos em uma sociedade tecnológica, onde a maioria das pessoas possui um celular com acesso a internet. Por meio das redes sociais, as pessoas conseguem distração em tempo integral, sem necessidade de questionamento ou reflexão. Inseridos nessa realidade virtual e artificial, tem acesso a diferentes tipos de conteúdo que levam a uma alienação no sentindo de não se perceber como sujeito situado e livre. Não existe a angústia existencial porque a questão existencial não suscitada. Entretanto, entendemos que ser existencial se deve a uma determinada postura diante do mundo, ou melhor, a uma forma de se posicionar no mundo. E essa postura, como veremos, independe da formação filosófica.
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