Rotura uterina: uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2446-6492.2017v4n4p65Resumo
Introdução: A ruptura uterina (RU) é uma emergência obstétrica com o maior risco de morbidade e mortalidade para a mãe e principalmente para o feto. Apesar da ausência de definição consistente na literatura, a RU pode ser descrita como deiscência ou ruptura da parede do útero, precedendo eventos sintomáticos ou clinicamente significativos. Objetivo: abordar a RU por meio de revisão da literatura existente, a fim de fornecer dados atualizados aos profissionais que lidam com essa complicação obstétrica. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa nas bases Science Direct, Pub Med e Google Scholar para publicações de dezembro de 2012 a agosto de 2017 sobre a ocorrência de ruptura uterina utilizando a palavra chave: uterine break. Foram incluídos para a revisão 53 artigos. Os dados encontrados nos relatos de casos foram analisados em frequências absolutas e relativas. Resultados: Em revisão dos relatos de caso encontrados, constatou-se que o principal sintoma relatado pelas pacientes no momento do diagnóstico de RU foi dor abdominal intensa. A idade média relatada das pacientes foi de 30,14 anos. A maioria encontrava-se no terceiro trimestre de gestação (51,85%). Ocorreu morte fetal em 64,28% dos casos e nenhuma morte materna foi relatada. A principal conduta obstétrica foi a laparotomia exploradora (LE) (85,71%). A localização do defeito uterino ocorreu principalmente na parede anterior, e a causa provável mais relatada foi a deiscência de cicatriz prévia (35,71%). Constatamos que o fator de risco (FR) para RU mais citado foi cesariana anterior/cicatriz uterina. Conclusão: A RU deve ser pensada como diagnóstico possível sempre que uma gestante se apresente com dor abdominal aguda e presença de coleção líquida na cavidade peritoneal, mesmo que esteja no início da gestação e não apresente FR identificados na história obstétrica.
Palavras-chave: Ruptura uterina, Gravidez, Ruptura uterina na gravidez, Desfecho materno, Desfecho fetal.
ABSTRACT
Introduction: Uterine rupture (UR) is an obstetric emergency with the highest risk of morbidity and mortality for the mother and especially for the fetus. Despite the lack of consistent definition in the literature, UR can be described as dehiscence or rupture of the uterine wall, preceding symptomatic or clinically significant events. Objective: to approach the UK through a review of the existing literature, in order to provide updated data to professionals dealing with this obstetric complication. Methodology: A study was carried out at the bases Science Direct, Pub Med and Google Scholar for publications from December 2012 to August 2017 on the occurrence of UR using the key word: uterine break. 53 articles were included for the review. Data found in the case reports were analyzed in absolute and relative frequencies. Results: In review of the case reports found, the main symptom reported by the patients at the time of diagnosis of UR was intense abdominal pain. The mean age of the patients was 30.14 years. Most were in the third trimester of gestation (51.85%). Fetal death occurred in 64.28% of the cases and no maternal death was reported. The main obstetric behavior was exploratory laparotomy (85.71%). The location of the uterine defect occurred mainly in the anterior wall, and the most likely cause was previous dehiscence of the scar (35.71%). We found that the most cited risk factor (RF) for UR was previous cesarean section/uterine scar. Conclusion: UR should be considered as a possible diagnosis whenever a pregnant woman presents with acute abdominal pain and presence of free fluid in the peritoneal cavity, even if she is in the beginning of gestation and does not present RF identified in the obstetric history.
Keywords: Uterine rupture, Pregnancy, Uterine rupture in pregnancy, Maternal outcome, Fetal outcome.
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